O candidato ao Governo do RN Carlos Eduardo Alves (PDT) divulgou um vídeo em que pede voto para o candidato de extrema-direita à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL). O que era especulação passou a ser oficial. O ex-prefeito de Natal descumpre uma orientação nacional do PDT, que optou por um apoio “crítico” ao candidato do PT Fernando Haddad.
Em nota, a executiva nacional do PDT afirma que o apoio ao candidato petista se justifica “para evitar a vitória das forças mais reacionárias e atrasadas do Brasil e a derrocada da democracia”.
Ao pedir voto para Jair Bolsonaro, Carlos Eduardo Alves se ali às forças mais reacionárias do país e apoia a derrocada da democracia. Alves também humilha a memória do fundador do PDT Leonel Brizola, um democrata que lutou na histórica campanha da Legalidade para garantir a posse de João Goulart após a renúncia do ex-presidente Jânio Quadros em 1961, quando os militares se preparavam para dar o golpe de Estado que três anos mais tarde seria efetivado.
Ao declarar apoio a um candidato que já afirmou que o erro dos militares foi ter apenas torturado, e não matado seus opositores, Carlos Eduardo Alves também golpeia a memória do próprio pai, Agnelo Alves, cujos direitos políticos foram cassados na ditadura, além de ter sido preso acusado de plantar duas notas contra o regime no jornal Tribunal do Norte, em 1969.
Carlos Eduardo Alves disputa o 2º turno contra a senadora e candidata do PT Fátima Bezerra. Se perder, dificilmente o PDT vai permitir que Alves, sem mandato e incapaz de cumprir uma orientação nacional do partido, siga representando a legenda de Leonel Brizola e de Darcy Ribeiro no Rio Grande do Norte.
Esse é sem dúvida o momento mais constrangedor da trajetória política de Carlos Eduardo Alves.
Um oportunismo de um político que revela não ter compromisso algum com o país, com o Estado e, especialmente, com a democracia.
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