Políticos tradicionais do RN investem na linha “oligarquia sem sobrenome” em 2018  
Natal, RN 28 de mar 2024

Políticos tradicionais do RN investem na linha “oligarquia sem sobrenome” em 2018  

20 de julho de 2018
Políticos tradicionais do RN investem na linha “oligarquia sem sobrenome” em 2018   

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“Mate o homem, mas não troque o nome”.

Para determinadas oligarquias tradicionais do Nordeste, pouco vale o ditado popular.

Principalmente em ano eleitoral, quando o que está em jogo é o apoio do eleitor.

Em tempos de crise, o genérico sai mais em conta que o original.

A linha “oligarquia sem sobrenome” tem sido tão usual no Rio Grande do Norte que virou tendência.

No Estado potiguar, latifúndio das oligarquias Alves, Maia e Rosado, representantes dessas famílias tradicionais, reunidas em 2018 numa única chapa, vêm tentando apagar seus sobrenomes da campanha.

O ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves, por exemplo, iniciou a carreira política no PMDB controlado pelo tio Aluízio Alves, ensaiou uma independência em 2002 ao trocar de Partido, mas voltou a apoiar e a receber o apoio dos primos Henrique Alves e Garibaldi Alves Filho.

Nos materiais de campanha, o ex-prefeito não tem mais sobrenome. Em nome do marketing, Carlos Eduardo tenta já há alguns anos esconder a origem oligárquica da família Alves.

A estratégia de Carlos Eduardo Alves parece ter inspirado o xará publicitário Carlos Eduardo Ciarlini, indicado para o cargo de vice na chapa do ex-prefeito de Natal.

Representante da nova geração da oligarquia Rosado, família tradicional que domina a política de Mossoró há décadas, Kadu Ciarlini optou pelo sobrenome da mãe, atual prefeita e muito mais popular que o pai, o ex-deputado estadual Carlos Augusto Rosado, homem que tem dinheiro, mas não tem voto.

Dessa forma, em 2018, Carlos Eduardo Alves mantém o modelo genérico Carlos Eduardo enquanto Carlos Eduardo Rosado lança a linha light Kadu Ciarlini.

Ao lado das famílias Alves e Rosado, a chapa do pré-candidato ao Governo ainda tem o peso da família Maia. O senador José Agripino Maia, que vez por outra também aparece sem sobrenome, desistiu da reeleição, vai tentar uma vaga na Câmara Federal, mas segue apoiando Carlos Eduardo Alves

A nova moda parece uma tendência regional.

Como dá para perceber na foto abaixo, parte da família Sarney/Murad, que dominou o Maranhão por décadas, também optou pela versão genérica. Assim, a ex-governadora Roseana Sarney modelo 2018 é apenas Roseana. Do mesmo modo, o cunhado dela e empresário Ricardo Murad lançou a linha simples Ricardo. E a filha de Murad, a deputada estadual Andrea Murad, adotou o modelo sem sobrenome ou qualquer outro acessório nas eleições deste ano.

Tal qual o Rio Grande do Norte, no Maranhão também é assim.

Oligarquia boa é aquela sem sobrenome, sem referência, sem passado, mas no presente e de olhos bem grandes no futuro.

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