Potiguares no Senado poderão ser novidades. Ou não.
Natal, RN 19 de abr 2024

Potiguares no Senado poderão ser novidades. Ou não.

8 de agosto de 2018
Potiguares no Senado poderão ser novidades. Ou não.

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Na semana retrasada neste espaço, escrevi que a disputa para as oito cadeiras potiguares na Câmara Federal era um mais do mesmo de velhos sobrenomes e conhecidos de outros carnavais, por mais que nas redes impere o desejo de mudança e a indignação com a classe política.

Nesta semana, contudo, ao me deter sobre a corrida para o Senado, percebo que não apenas existe uma total incógnita sobre o resultado final e os dois senadores eleitos, como poderá haver uma renovação completa, em circunstâncias bem diferentes, por sinal.

A complexidade começa por dois fatos: primeiro por haver duas cadeiras no Senado em disputa e a possibilidade de votar em candidatos de chapas diferentes; segundo, por um dos dois senadores  - José Agripino Maia, do DEM, que tentará a Câmara Federal - cujo mandato encerra este ano, não estar concorrendo.

Vamos aos 16 postulantes às duas vagas potiguares ao Senado, por ordem alfabética e da forma que foram registrados: Alexandre Motta (PT), Ana Célia Siqueira (PSTU), Antônio Jácome (PODE), Bispo Levi Ferreira (PRTB), Capitão Styvenson Valentim (REDE), Douglas Azevedo (Patriota), Doutor Joanilson de Paula Rêgo (DC), Garibaldi Alves (MDB), Geraldo Melo (PSDB), João Morais (PSTU), João Napoleão (REDE), Jurandir Freire Marinho (PRTB), Lailson de Almeida (PSOL), Magnólia Figueiredo (Solidariedade), Telma Gurgel (PSOL) e Zenaide Maia (PHS).

Entre os 16, candidatos de pouca expressão política e desconhecidos do eleitorado, que deverão fazer apenas figuração na campanha. Entre os contendores reais, temos um atual senador que tenta reeleição (Garibaldi), um ex-senador e ex-governador que aos 83 anos resolveu tentar voltar à vida pública (Geraldo Melo), dois deputados federais (Jácome e Zenaide), e um "outsider" que é uma celebridade local e que vem se destacando nas pesquisas (Styvenson). Analistas políticos concordam que as duas vagas ficarão entre esse quinteto.

Especula-se que o médico Alexandre Mota poderá aproveitar, se acontecer, de uma "onda esquerdista" que eleja Fátima Bezerra para o Governo, tendo boa votação. Também se lembra que Joanilson e Telma, que foram vereadores em Natal e Mossoró, respectivamente, têm suas faixas de eleitorado.

Mas, voltemos ao quinteto. Se separarmos os candidatos pelo espectro partidário-ideológico, teremos de um lado Garibaldi, Geraldo e Jácome, de partidos que tem perfil mais conservador e que apoiaram o impeachment de Dilma e deverão atingir um eleitorado conservador, tradicional, religioso e de maior faixa etária, e do outro, Zenaide, que deu nos últimos 3 anos uma guinada rumo a políticas progressistas e atrai eleitorado mais jovem, não-tradicional e ligado a movimentos sociais.

E temos Styvenson, que gravita entre estes dois campos. Por ser militar (capitão PM) e ter se tornado celebridade pelo rigor com que conduzia a operação Lei Seca em Natal, atrai os mais tradicionais, mas, por ser jovem e dinâmico, além de presente nas redes, atrai os mais jovens, especialmente os "apolíticos" que se dizem "indignados com tudo". Porém, a pergunta é: até que ponto este eleitorado de Styvenson pode mudar o voto até outubro?

Outra pergunta: Styvenson poderá, em mantendo a reta ascendente, "roubar" votos dos seus adversários? Neste caso, "roubaria" justamente os votos conservadores de Jácome, Geraldo e Garibaldi ou os votos "jovens" de Zenaide?

Ainda é cedo para fazer prognósticos mais elaborados. A campanha de TV e as conjunturas nacionais mostrarão o gás real de cada candidato. Mas, uma curiosidade: a formação da bancada do Senado potiguar a partir de janeiro de 2019 poderá ser totalmente nova ou de velhos conhecidos. Na hipótese de Fátima perder para o Governo e continuar Senadora e Geraldo e Garibaldi ganharem, teremos uma bancada experiente. Se Fátima vencer e seu suplente, Jean Paul Prates assumir e "novatos" como Zenaide e Styvenson vencerem, teremos uma bancada 100% renovada. Enfim, tudo pode acontecer.

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