​Ex-governadores tentam “sobrevivência política” na eleição deste ano, após derrotas marcante​s​
Natal, RN 20 de abr 2024

​Ex-governadores tentam "sobrevivência política" na eleição deste ano, após derrotas marcante​s​

6 de abril de 2022
4min
​Ex-governadores tentam

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Curiosamente, na eleição deste ano no Rio Grande do Norte os quatro governadores eleitos ainda vivos e em atividade política (três deles que foram também senadores), disputarão a eleição tentando mandatos de deputados para sobreviverem politicamente após derrotas expressivas que marcaram suas biografias. São eles Robinson Faria (PL), Rosalba Ciarlini (Progressistas), Garibaldi Alves Filho (MDB) e José Agripino Mais (União Brasil).

O caso mais delicado parece ser o de Robinson Faria. De presidente da ALRN, vice-governador e governador eleito em 2014 derrotando o favorito Henrique Alves, Robinson passou, quatro anos depois, para derrotado na tentativa de reeleição sem sequer ter chegado ao segundo turno (disputado pela vencedora Fátima Bezerra e por Carlos Eduardo Alves) com apenas ​192.037 votos e tendo deixado quatro folhas de pagamento dos servidores em aberto. Em seguida enfrentou processo no TRE que o condenou à inelegibilidade, revertida há poucas semanas no TSE. Como o filho Fábio Faria, deputado federal licenciado e ministro das Comunicações, não irá tentar renovar o mandato, Robinson tentará "herdar" a vaga do filho como forma de sobreviver politicamente e manter pelo menos um mandato com a família. Terá dificuldades, pois se o PL fizer apenas uma cadeira de deputado, o favorito a consegui-la é justamente o atual federal João Maia, presidente estadual da sigla.

ROSALBA CIARLINI

O caso de Rosalba também é delicado. Ex-senadora, governadora eleita no primeiro turno em 2010, viu o começo do seu inferno astral político em 2014, quando o DEM não lhe cedeu legenda para tentar a reeleição, já que vinha de crise com o partido, desgaste na gestão e desaprovação por parte da população. Em 2016 elegeu-se prefeita de Mossoró, cargo que já havia ocupado com sucesso por três vezes anteriores, mas em 2020, com gestão mal avaliada, foi surpreendida pelo então jovem deputado Alysson Bezerra (Solidariedade), que a venceu na eleição. Sem mandato e tendo que lutar pela reeleição do sobrinho Beto Rosado para a Câmara Federal, Rosalba estuda a possibilidade de se candidatar à Assembleia Legislativa.

GARIBALDI ALVES

Garibaldi Alves parece estar numa posição menos desconfortável, apesar da derrota para o Senado em 2018, quando ficou em quarto lugar e viu Zenaide Maia e Styvenson Valentim serem vencedores. Governador bem avaliado de 1998 a 2002, eleito e reeleito senador em 2002 e 2010, está costurando aliança entre o MDB e o PT nacional e estadualmente e pode ver o filho deputado federal Walter Alves ser companheiro de chapa de Fátima Bezerra na tentativa desta de reeleição. Tem chances reais de chegar à Câmara dos Deputados.

JOSÉ AGRIPINO MAIA

Antigo presidente do DEM e um dos vice-presidentes do União Brasil, José Agripino Maia também amargou derrota expressiva em 2018, quando então senador e tentou vaga na Câmara Federal sem êxito, tendo 64.78 votos e ficando na primeira suplência da sua coligação (Walter e Beto foram os eleitos). Agripino não confirmou a candidatura, mas em entrevistas insinuou que a possibilidade é concreta. Maia depende da vitória para sobreviver politicamente, ainda que respeitado pela direção nacional do União Brasil. Mas sem mandato passará a mero conselheiro político da legenda.

​Curiosamente​, enquanto três ex-senadores amargam tentativa de chegar à Câmara Federal os dois pré-candidatos que lideram as pesquisas de intenção de voto para o Senado, jamais foram tão alto. Rogério Marinho foi deputado federal de 2014 a 2018, quando não conseguiu reeleição, desgastado por ter sido relator da reforma trabalhista. Carlos foi deputado estadual e prefeito de Natal por três vezes, mas jamais exerceu mandato eletivo em âmbito federal.

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