Por Daniel Valença*
Com a circulação de novas cepas, a inexistência de isolamento social e a vacinação a passos de tartaruga, a tendência é que o Brasil viva uma crise sanitária gravíssima ainda em março.
Tal cenário seria diferente apenas se o governo federal tivesse tomado posições opostas à de Bolsonaro. Negacionista, anti-ciência, privilegiando o lucro ante a vida, colocando na conta da classe trabalhadora os custos da crise, Bolsonaro leva o país a uma realidade de caos. Mas, por outro lado, estados e municípios também podem dar a sua contribuição para minimizar o efeito Bolsonaro.
E o que fez a Câmara Municipal de Natal na semana em que o RN entra em colapso?
Aprovou, com 21 votos favoráveis, 3 abstenções e nenhum voto contrário, a vedação ao fechamento de templos e igrejas, mesmo em caso de Lockdown.
A medida é estarrecedora, pois demonstra que é possível fechar escolas, postos de trabalho, menos Igrejas, justamente onde se deveria defender firmemente a vida.
Como dissemos recentemente, é uma Câmara contra os trabalhadores e trabalhadoras.
* Daniel Araújo Valença é professor da Graduação e Mestrado em Direito da UFERSA , Vice-Presidente do PT/RN