A potiguar Samara Vieira é cria do Sagrada Família, vive de handebol e é uma das artilheiras da seleção brasileira em Tóquio
Natal, RN 28 de mar 2024

A potiguar Samara Vieira é cria do Sagrada Família, vive de handebol e é uma das artilheiras da seleção brasileira em Tóquio

28 de julho de 2021
A potiguar Samara Vieira é cria do Sagrada Família, vive de handebol e é uma das artilheiras da seleção brasileira em Tóquio

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Dois potiguares fazem parte da equipe olímpica do Brasil que disputa medalhas no Japão: Ítalo Ferreira, que conquistou a primeira medalha de ouro do surfe da história dos jogos olímpicos, e a natalense Samara Vieira, que integra a seleção de handebol e é uma das principais artilheiras da competição nas três primeiras rodadas da competição.

Na noite desta quarta (28), a equipe enfrentou a da Espanha e, em um jogo bastante disputado, as brasileiras tiveram a primeira derrota na competição. Mas a equipe segue nas olimpíadas com grandes chances de classificação na disputa por medalha. Nas redes sociais, a atleta do RN demostra o espírito da equipe: "Ganha ou se aprende, nunca se perde", escreveu no Instagram após o jogo contra a Espanha. Samara é um dos principais nomes do time brasileiro e já chegou a ser artilheira da equipe na vitória contra a Hungria, o segundo desafio da seleção nas olimpíadas. Nesse jogo, Samara marcou seis gols.

A atleta potiguar começou a jogar aos 10 anos de idade, enquanto estudava no colégio Sagrada Família, na capital potiguar. Aos 16, venceu o prêmio de melhor jogadora de Campeonato Mundial Juvenil, em 2008. A visibilidade a alçou a carreira na Europa. Lá, já passou por clubes da Espanha, Itália, Alemanha, Turquia, Romênia e Eslovênia, onde representa o time feminino Krim Mercator.

A potiguar Samara Vieira atua profissionalmente no handbol europeu desde os 16 anos e agora é uma das 15 na categoria a representar o Brasil nas Olimpíadas de Tóquio de 2021. Foto: Divulgação.

A dedicação da libriana a levou a seleção brasileira, por onde esteve na conquista do ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima, no Peru, em 2019.

“Samara é uma menina tranquila, e uma criançona”, conta o ex-técnico dos primeiros anos de handbol de Samara, Flávio Tinoco. Apesar de ser uma pessoa mais reservada nas redes sociais, a descontração da potiguar é vista em diversos vídeos com as colegas da seleção.

"Samara é uma criançona", define o técnico Flávio Tinoco, um dos primeiros a treinar a futura jogadora de handbol da seleção brasileira. Na Imagem, Samara Vieira (à frente) aparece junto às colegas de equipe após ganhar o Campeonato do Nordeste pelo clube escolar Fazenda Parque. Foto: Cedida.

“É uma vida muito centrada, mas ela sabe o que quer. Foi muito nova para a Europa, segurou a ausência de família, de amigos, enfrentou uma caminhada todo o mérito é dela, né? Nós somos apenas colaboradores”, disse Tinoco.

Foco mesmo na falta de incentivos

“[O handebol] Não é como no futebol, você não vai ficar rica. Porque, no futebol, se você fizer um gol numa competição importante, você pode ganhar milhões, no Handebol não. Mas eu sabia o que eu estava escolhendo poderia ter coisas boas e ruins. Uma ruim foi que eu não pude concluir meus estudos porque sai muito cedo de casa. A boa é pelo amor que a gente tem pelo esporte, pelo país, de não medir esforços para defender”, contou Samara em entrevista ao Centro de Memória do Esporte, da Escola de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em 2013.

Na época, ela estava no Brasil para cuidar de uma lesão sofrida em fevereiro do mesmo ano e falou sobre as dificuldades de crescer no esporte no Brasil e até em países estrangeiros. Na época, ela revelou que as atletas não recebiam nada para participar da Seleção nas categorias de base. Um auxílio financeiro só vinha para a modalidade adulta, pago pelos dias de treino.

Ainda assim, a armadora esquerda da seleção brasileira de handbol revelou, na entrevista, a paixão pelo esporte.

"Ser profissional do handebol é bom porque eu amo fazer isso, mas é como se você trabalhasse, como se tivesse uma responsabilidade de sair de casa todos os dias e trabalhar mas, ao mesmo tempo, é prazeroso, porque a gente está se divertindo também", disse a UFRGS.

"Estou muito grata por tudo que estou vivendo" (tradução livre de "I’m very grateful for all that I'm living") publicou Samara no Instagram após vitória contra a Hungria. Foto: Arquivo Pessoal.

O caminho das brasileiras até o título

Doze seleções participam do handebol feminino nos Jogos Olímpicos e foram divididas em dois grupos. O Brasil está no Grupo B, junto com Espanha, França, Hungria, Rússia e Suécia. O Grupo A é formado por Angola, Coréia do Sul, Holanda, Japão, Montenegro e Noruega.

Os times da mesma chave se enfrentam, sendo que os quatro primeiros avançam às quartas de final. A partir de então, inicia-se o mata-mata pela definição dos finalistas e os times que irão disputar a medalha de bronze.

Confira as datas dos jogos já marcados:

  • Rússia 24 x 24 Brasil
  • Brasil 33 x 22 Hungria
  • Espanha 27 x 23 Brasil 
  • Brasil x Suécia – sábado, 31/7, 4h15
  • França x Brasil – domingo, 1º/8, 23h

Se passar de fase, a equipe brasileira enfrenta um time do Grupo A nas quartas de final, com partidas marcadas para 3 e 4 de agosto. Depois disso, ocorrem as semifinais, previstas para o dia 6 de agosto, enquanto a disputa do bronze ocorre no dia 7 e grande final no dia 8.

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