A Primavera Feminista não retrocederá no governo Bolsonaro
Natal, RN 29 de mar 2024

A Primavera Feminista não retrocederá no governo Bolsonaro

29 de novembro de 2018
A Primavera Feminista não retrocederá no governo Bolsonaro

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A eleição de Jair Bolsonaro (PSL) à presidência da república desencadeou um sentimento coletivo de medo, especialmente em alguns grupos sociais declarados alvos (e inimigos) ao longo de sua campanha, como as mulheres, as pessoas LGBTs e negros e negras. Bolsonaro é a expressão de uma saída reacionária à crise econômica mundial e espera-se que seu governo siga a linha da perversa combinação de ataques às liberdades democráticas e desmonte dos (já insuficientes) direitos conquistados pela classe trabalhadora, reunidos na Constituição de 1988.

Para as mulheres, particularmente, que registraram cerca de 59% dos votos na oposição e protagonizaram a maior mobilização política dessas eleições, através do movimento #EleNão, o cenário é ainda mais desanimador. Além dos já anunciados retrocessos das reformas trabalhista e previdenciária, há a possibilidade de que pautas históricas feministas como a luta pelos direitos reprodutivos e contra a violência de gênero sejam mais marginalizadas e inclusive criminalizadas na disputa política nacional.

Por qual motivo então deveríamos trocar o medo pela coragem e seguir apostando na luta por um futuro melhor?

Vejamos:

O próprio Bolsonaro se forjou como uma resposta conservadora ao acúmulo produzido pelas lutas feministas. É verdade que o machismo tem adquirido um de seus contornos mais explícitos por meio de declarações de figuras como Jair, mas a onda de mulheres indignadas, que não aceitam menos que direitos iguais entre os gêneros, corre o mundo. O caráter cada vez mais internacional do 08 de março, as greves gerais, o "Ni Una A Menos" na América Latina e agora o #EleNão no Brasil (para não mencionar as diversas vezes em que nossos direitos foram postos em xeque e levamos milhares às ruas) demonstram a capacidade de mobilização permanente do movimento feminista.

Se o "andar de cima" se recompõe no poder, somos nós a linha de frente da reorganização do povo pela base. Nas comunidades, nos locais de trabalho, nas escolas e universidades: cresce a resistência feminista! Somos parte do legado de Marielle Franco, embaixadoras da intolerância com os intolerantes, mulheres que romperam o lugar comum que a história patriarcal havia reservado.

Um governo eleito em condições absolutamente anti democráticas, com o índice mais alto de abstenção desde 1989, mediante uma das maiores crises de representatividade política, não poderá nos deter. O futuro pede coragem: transformemos os nossos medos em combustível para a luta.

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