A prisão de Batata e os silêncios de Carlos Eduardo, Rogério Marinho e Ezequiel
Natal, RN 18 de abr 2024

A prisão de Batata e os silêncios de Carlos Eduardo, Rogério Marinho e Ezequiel

15 de agosto de 2018
A prisão de Batata e os silêncios de Carlos Eduardo, Rogério Marinho e Ezequiel

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A prisão do prefeito de Caicó Robson Batata (PSDB) atingiu as campanhas do pré-candidato ao Governo Carlos Eduardo Alves, do deputado federal Rogério Marinho e exige explicações do presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira de Souza, presidente estadual do PSDB.

Batata era o coordenador da campanha de Alves na região do Seridó.

O prefeito caicoense foi preso em casa terça-feira (14) acusado de corrupção ativa e passiva, associação criminosa, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e dispensa indevida de licitação.

A operação Tubérculo, que investiga contratos de iluminação pública em Caicó, é um desdobramento de outras duas operações do Ministério Público, a Blackout, em Caicó, e Cidade Luz, com foco em contratos fraudados também no setor de iluminação pública entre a prefeitura de Natal, na gestão de Carlos Eduardo Alves, e empresas de Pernambuco.

Junto com Batata, também tiveram a prisão preventiva decretada o vereador Raimundo Lobão (MDB) e o lobista Edvaldo de Farias, funcionário da Assembleia Legislativa, lotado no gabinete da deputada estadual Cristiane Dantas, esposa do vice-governador Fábio Dantas (PSB).

Com a prisão de Batata, o ex-prefeito de Natal Carlos Eduardo Alves também viu mais uma vez iluminado o fantasma que ganhou vida no seio da sua gestão: a operação Cidade Luz.

Saiba Mais: Diálogos revelam esquema de corrupção em Caicó; prefeito e vereador são presos

Batata à imprensa: "fui pego de surpresa"

Batata é colega de partido do senador tucano Aécio Neves

Robson Batata era a porta de entrada de Carlos Eduardo Alves no Seridó. Não à toa o apoio do caicoense foi bastante disputado entre o candidato do PDT e o atual governador Robinson Faria.

Pouco após a prisão, já a caminho do Comando da Polícia Militar, o ex-prefeito afirmou à jornalistas que foi pego de supresa e declarou inocência.

Além de Batata, outro preso na operação Tubérculo também já havia declarado apoio à campanha de Alves: o vereador Raimundo Lobão, ex-dirigente do Corinthians de Caicó e tradicionalmente ligado à família Alves no Seridó.

As relações políticas em Caicó têm suas particularidades. Na eleição municipal de 2016, Lobão apoiou o ex-prefeito Roberto Germano, rival de Batata.

A recente aliança entre Batata e Lobão se deu há pouco tempo, em meados de fevereiro e março, quando o prefeito caicoense estava na iminência de sofrer um impeachment na Câmara Municipal de Caicó.

Batata foi acusado de firmar contratos sem licitação e gastos excessivos com diárias.

O prefeito tinha minoria na Casa e, surpreendentemente, um vereador da oposição lhe estendeu a mão.

Com Lobão veio também Álvaro Dias, ex-prefeito de Caicó que assumiu a prefeitura de Natal após Carlos Eduardo Alves decidir concorrer ao Governo do Estado.

Ninho tucano: nenhum pio sobre prisão de filiado

Rogério Marinho, Ezequiel Ferreira e Robson Batata

O apoio de Batata a Carlos Eduardo Alves se dá numa conjuntura de conveniência política. Soldado do PSDB, o prefeito de Caicó é ligado diretamente ao deputado federal Rogério Marinho, alvo de seis investigações no Supremo Tribunal Federal.

A prisão do prefeito de Caicó também cria dificuldades para a entrada de Marinho na região do Seridó. Sem popularidade em razão de ter sido o capitão da reforma trabalhista, financiada pelo setor empresarial que retirou direitos conquistados por milhões de trabalhadores desde a era Vargas, Rogério Marinho é mal visto e criticado nos bastidores até mesmo dentro da própria coligação, encabeçada pelo atual governador Robinson Faria.

Expulsão

Outro político de quem se espera respostas é o atual presidente da Assembleia Legislativa Ezequiel Ferreira de Souza. Presidente estadual do PSDB, Ezequiel ainda não se pronunciou sobre a prisão de um filiado ao partido acusado de corrupção ativa e passiva, associação criminosa, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e dispensa indevida de licitação.

Investigações do Ministério Público apontam que Batata recebeu R$ 70 mil em propina dos contratos de iluminação pública em Caicó.

Está nas mãos de Ezequiel Ferreira de Souza, presidente do Partido, dizer qual será o tratamento dado ao PSDB a Batata.

Nas redes sociais de Rogério Marinho e de Ezequiel Ferreira de Souza só eventos políticos e pessoais. Até o momento, não há nenhuma menção ao colega de partido.

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