Agência de checagem desmente presidente do Comitê Científico de Natal, Fernando Suassuna
Natal, RN 16 de abr 2024

Agência de checagem desmente presidente do Comitê Científico de Natal, Fernando Suassuna

5 de janeiro de 2021
Agência de checagem desmente presidente do Comitê Científico de Natal, Fernando Suassuna

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Declarações do infectologista Fernando Suassuna, presidente do Comitê Científico Municipal de combate à covid-19 da Prefeitura de Natal, foram desmentidas pela agência AFP Checagem, que tem escritórios em Brasília e São Paulo e conta com apoio internacional.

O médico potiguar defende que a covid-19 seja tratada com ivermectina, medicamento sem eficácia comprovada e que tem a maior parte da comunidade médica contrária ao uso, inclusive a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI).

“A ivermectina é um medicamento utilizado para tratar algumas infecções parasitárias em humanos e também em animais, embora sob outra fórmula. O remédio realmente tem sido objeto de estudos que procuram uma cura para a covid-19, mas ainda não há comprovação de que seja eficaz contra a doença”, explica o texto publicado em 31 de dezembro de 2020, lembrando que a droga conseguiu inibir a replicação do novo coronavírus apenas em um experimento in vitro, ou seja, fora de um organismo vivo. A eficácia em humanos com covid-19 não foi comprovada.

A publicação mostra o print de uma matéria do portal Agora RN com um X vermelho para indicar que a informação é falsa. A AFP diz ainda que o post foi omitido das publicações nas redes sociais do jornal e destaca o seguinte trecho da reportagem: “De acordo com o médico, que vem estudando a ivermectina há alguns meses, em laboratório, a medicação, em 48h, ‘consegue eliminar 97% dos vírus dentro das células e 94% no sobrenadante das células’”.

Para refutar o médico escolhido como referência pela Prefeitura de Natal, o jornal mineiro apresentou diversas fontes e cita o químico farmacêutico do Hospital La Florida, em Santiago, Cristian Paredes; a bioquímica da Universidade de Santiago Isidora Molina; o químico farmacêutico chileno Rubén Hernández; a farmacêutica da Fiocruz, Claudia Osorio; e o assessor regional de Assuntos Regulatórios da Organização Panamericana da Saúde (Opas), José Peña.

A checagem também evidencia os posicionamentos da Agência de Medicamentos e Alimentos dos Estados Unidos (FDA) e a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que emitiu nota no dia 10 de julho de 2020 ressaltando que “não existem estudos conclusivos que comprovem o uso desse medicamento para o tratamento da covid-19”.

A agência também lembrou que até “o momento, não existem medicamentos aprovados para prevenção ou tratamento da covid-19 no Brasil. Nesse sentido, as indicações aprovadas para a ivermectina são aquelas constantes da bula do medicamento”.

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