Ajude a eternizar a xilogravura de José Costa Leite no Museu Câmara Cascudo
Natal, RN 23 de abr 2024

Ajude a eternizar a xilogravura de José Costa Leite no Museu Câmara Cascudo

11 de dezembro de 2020
Ajude a eternizar a xilogravura de José Costa Leite no Museu Câmara Cascudo

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Uma campanha de financiamento coletivo lançada pelo Museu Câmara Cascudo, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), pode garantir compra, digitalização e divulgação do acervo do xilogravurista e cordelista José Costa Leite. Mas a instituição está correndo contra o tempo. Faltando 10 dias para o encerramento da arrecadação, ainda faltam cerca de R$ 20 mil.

O projeto “José Costa Leite para sempre” foi selecionado no edital Matchfunding BNDES+ 2020, do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e precisa arrecadar parte dos recursos a partir de doações para garantir o financiamento total do projeto.

O valor total é de R$ 121 mil. De acordo com as regras do edital, se o montante não for atingido, a ideia não sai do papel. A campanha começou no final do mês de novembro e conseguiu o apoio de quase 200 benfeitores. A arrecadação segue aberta até o dia 20 de dezembro no site Benfeitoria.

São 645 matrizes de xilogravura que estão guardadas de maneira improvisada na casa de José Costa Leite. A ideia é integrá-las ao acervo do Museu Câmara Cascudo da UFRN, onde serão conservadas de maneira adequada e se tornarão acessíveis a todos, inclusive pela internet.


“Já com 93 anos, ele manifestou interesse em se desfazer das matrizes de madeira de xilogravura. Ele mora em Condado em Pernambuco e esse grande tesouro está guardado em caixas de papelão em um pequeno quarto na casa dele. Ou seja, de maneira inadequada, podendo ser atacadas por cupins, podendo ser vendida pra colecionadores do Sul e Sudeste, que já estão sondando”, contou o diretor do Museu Câmara Cascudo, Everardo Ramos, ao programa Contrafluxo.

“Entrando no museu federal [o acervo] deixa de pertencer a uma pessoa e passa a ser de todos os brasileiros. E o museu é o espaço adequado, com as condições de temperatura, segurança, se houver algum problema com insetos a gente pode controlar. E é um lugar adequado para expor”, explicou Everardo.

Como colaborar

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A regra é “tudo ou nada”: se a meta não for atingida, o valor arrecadado é devolvido e o projeto não é executado. Por isso, a instituição tem se engajado na divulgação da campanha, pedindo que a população apoie a cultura brasileira.

A colaboração ainda dá direito a recompensas especialmente elaboradas para disseminar um pouco da arte de José Costa Leite. Vão desde plano de fundo de tela de celular, passando por bottons, camisetas, folhetos, ecobags e kits com produtos diversos até matriz de xilogravura e exibição de marca de instituição ou empresa no site do Museu e no material de divulgação.

Caso a primeira meta seja alcançada, o Museu tentará também reunir recursos para realizar uma grande exposição no Museu Câmara Cascudo sobre a vida e a obra de José Costa Leite, como poeta, xilógrafo e editor de folhetos, apresentando a coleção de matrizes adquiridas e outras coleções públicas e privadas, com dispositivos de acessibilidade para deficientes auditivos e visuais.

A Fundação Norte-Rio-Grandense de Pesquisa e Cultura (Funpec), proponente do projeto, foi criada em 1978 para fomentar ações que aproximam a UFRN da sociedade. Desde então, tornou-se referência na captação de recursos e na gestão administrativo-financeira de diversos tipos de projetos, muitos deles na área de preservação, promoção e divulgação da cultura.

O artista

José Costa Leite, paraibano de Sapé (1927) começou a trabalhar nos canaviais quando criança, sem frequentar a escola. Foi agricultor, pescador, vendedor ambulante e de jogo do bicho, antes de improvisar-se poeta, editor e xilógrafo de cordel, vendendo seus folhetos nas feiras do Nordeste.

Construiu, ao longo de mais de sete décadas de trabalho, uma das obras mais extensas e importantes da Literatura de Cordel, que lhe valeram o título de “Patrimônio Vivo de Pernambuco”, estado onde vive e trabalha até hoje, na cidade de Condado.
Aos 93 anos, ele esbanja vitalidade. São 73 anos de atividades, mais de mil cordéis publicados e um acervo pessoal de quase 650 matrizes de xilogravura, além de inúmeras outras espalhadas pelo Brasil e o mundo, que fazem dele um dos mais importantes artistas vivos do Nordeste.

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