Anúncio de Joaquim Levy expõe erro de Dilma e incoerência de Bolsonaro
É possível medir o quão ruim foi o governo Dilma pelo anúncio de Joaquim Levy como futuro presidente do BNDES, principal banco público de fomento do país.
Dilma Rousseff bancou Joaquim Levy no Ministério da Fazenda contra tudo e contra toda a esquerda para fazer um sinal ao mercado e tentar acalmar os ânimos no início do 2º mandato.
Deu no que deu.
Joaquim Levy ficou conhecido como o ministro do ajuste fiscal, ganhou o apelido de “mãos de tesoura” e fracassou na missão.
Em entrevista à imprensa nesta segunda-feira (12), Bolsonaro afirmou que não falou nem conhece seu futuro auxiliar e deu a entender que quem está bancando Levy no BNDES é o futuro ministro da Economia Paulo Guedes.
Joaquim Levy é um liberal, como Paulo Guedes, embora tenha mais noção de governança pública que o Posto Ipiranga de Bolsonaro. Os dois são engenheiros navais com doutorado pela Universidade de Chicago, mais importante centro do pensamento liberal em economia.
Guedes quer Levy para ampliar a interação do BNDES com os organismos com o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Segundo analistas políticos em Brasília, dessa forma ele ficaria livre para tocar o projeto de privatizações.
Além de ter auxiliado Dilma Rousseff, o ex-ministro da Fazenda também teve uma passagem pelo governo de Sérgio Cabral (MDB), no Rio de Janeiro.
A verdade é que faz muito mais sentido Joaquim Levy no governo Bolsonaro do que como auxiliar de Dilma.
Embora o convite pareça incoerente vindo do dono do bordão “tem que mudar isso daí”.