Após oito meses de intervenção, MEC nomeia reitor eleito do IFRN
Natal, RN 20 de abr 2024

Após oito meses de intervenção, MEC nomeia reitor eleito do IFRN

21 de dezembro de 2020
Após oito meses de intervenção, MEC nomeia reitor eleito do IFRN

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Após uma disputa jurídica e política que se arrastou por 8 meses, o Ministério da Educação cumpriu a decisão judicial assinada pela juíza da 4ª Vara Federal Gisele Maria da Silva Araújo Leite reconhecendo a decisão da comunidade acadêmica do Instituto Federal do Rio Grande do Norte que elegeu, em dezembro de 2019, o professor de Educação Física José Arnóbio de Araújo Filho.

A nomeação do reitor eleito foi publicada nesta segunda-feira (21) no Diário Oficial da União com data retroativa a 18 de dezembro.

Arnóbio assume o IFRN no lugar do interventor Josué Moreira, nomeado para o cargo em 20 de abril pelo ex-ministro da Educação Abraham Weintraub. O mandato do reitor eleito vai até 21 de dezembro de 2024.

Desde que as universidades e institutos federais passaram a se organizar em bloco no país contra as nomeações arbitrárias do Governo Bolsonaro essa é a primeira decisão judicial cumprida pelo MEC em favor do respeito ao resultado das eleições internas nas instituições federais de ensino.

Em dezembro de 2019, a professora do Instituto Federal da Bahia Luzia Mota também reverteu a intervenção após 1 ano, mas até então era um caso isolado.

José Arnóbio de Araújo Filho é professor de Educação Física no IFRN / foto: cedida

O reitor eleito José Arnóbio de Araújo Filho afirmou já nas primeiras horas da manhã que ninguém está acima das instituições do país:

- O IFRN é muito maior que Arnóbio ou do que qualquer outra pessoa. E uma instituição não pode ser tocada de qualquer forma e por qualquer um. A gestão democrática e a autonomia universitária devem ser garantidas. Qualquer presidente, governador ou gestor que acham que a intervenção é o caminho está equivocado”, disse por telefone à agência Saiba Mais

Desde a juíza Gisele Araújo Leite havia decidido em favor da nomeação dele em 11 de dezembro, Arnóbio e a equipe de professores passou a se reunir diariamente para traçar estratégias. Ele adiantou que vai solicitar um relatório de todas as pastas para saber a real situação do Instituto. Uma reunião hoje pela manhã já está confirmada:

- Nós temos os dados de dezembro do ano passado, quando da transição do reitor Wyllis Tabosa. Então tínhamos todo o retrato da instituição, agora só algumas informações. Precisamos saber o que foi feito e o que deixou de ser feito para traçar as diretrizes a partir do plano de desenvolvimento institucional que já tem 8 anos e passará por uma revisão agora em 2021. Então o nosso grande desafio é voltar à instituição que havia em abril de 2020”, avaliou.

Mesmo apreensivo quanto a uma possível reviravolta judicial caso Josué Moreira recorra a instâncias superiores, Arnóbio não tem dúvidas de que a pressão popular foi fundamental para a vitória da democracia no IFRN:

- Sempre defendi que a gente tinha que atacar em vários flancos: na esfera judicial, administrativa e política. O campo político é essa organização da luta, movimento estudantil, dos sindicatos, das pessoas que acreditaram que a gente precisava arregaçar as mandas e não ater medo de lutar”, afirmou

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