As instituições estão funcionando quando mantêm elites no poder, avalia professora de Direito
Natal, RN 29 de mar 2024

As instituições estão funcionando quando mantêm elites no poder, avalia professora de Direito

8 de setembro de 2021
As instituições estão funcionando quando mantêm elites no poder, avalia professora de Direito

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O 7 de setembro, Dia da Independência, foi usurpado pelo bolsonarismo em 2021 para atos de ameaça à democracia, mas a advogada e professora da Universidade Estadual de Goiás (UEG), Rayane Andrade, convidada a falar sobre o tema ao Programa Balbúrdia desta quarta-feira (8), comentou que “as instituições” continuam em atividade. Prova disso é a sustentação das elites - desta vez, na figura do presidente Jair Bolsonaro - no poder.

“As instituições estão funcionando normalmente. São 6h18 e Bolsonaro continua presidente. As instituições estão aí pra dar suporte à classe dominante, às elites; às mesmas elites que retiraram uma presidenta honesta eleita com mais de 54 milhões de votos. Então, as instituições continuam funcionando na manutenção/ no acordo com o programa de Bolsonaro”, avaliou Rayane Andrade, que é cearense e teve formação acadêmica no Rio Grande do Norte.

Segundo ela, o que passa a incomodar o sistema é que o atual presidente deixou de ser uma boa aposta eleitoral, já que as pesquisas apontam que ele está perdendo, mesmo em cenários sem o ex-presidente Lula (PT), que lidera favoritismo.

A advogada também lembra que o chefe do Executivo não é um cidadão “incapaz” ou “louco”, mas sim habilidoso. “Nós estamos diante de inimigos”, alerta.

“A gente não pode por um lado superestimar, como se tudo tivesse dado, como se não tivesse como derrubar o bolsonarismo; e, por outro lado, não podemos subestimar. Foram mais de 100 mil que compareceram às ruas e na tarde de hoje existem 101 caminhões na Esplanada dos Ministérios. São mais de 200 pontos de interrupção nas BRs. A hashtag que subiu foi ‘eu apoio os caminhoneiros’”, comentou Rayane, chamando atenção também para uma tensão que pode persistir mesmo após saída de Bolsonaro da Presidência.

“Esses setores que ganharam as eleições e que estão fazendo a disputa cotidiana não vão voltar pra caverna tão facilmente. A gente tá num momento muito crítico, em que as notas de repúdio ou os discursos, como o que Lira fez hoje, não fazem nem cócegas. Bolsonaro continua presidente depois de cometer vários crimes de responsabilidade, isso não é nem mais uma questão”, frisou a professora, explicando também a origem do ódio ao Supremo Tribunal Federal.

Segundo ela, quem ainda defende o presidente se convenceu que o inimigo deles é o STFos seguidores do Essas pessoas estão convencidas de que o inimigo é o STF e o alvo principal se tornou o ministro Alexandre de Morais, porque ele tem nas mãos inquéritos que podem interferir na liberdade dos filhos do presidente.

“Uma coisa que tem que ficar muito explícita pra nós é que o Bolsonaro luta pela manutenção e sobrevivência dele e do clã”, resume.

Veja a entrevista completa:

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