Bancada federal do RN reage a declarações de Bolsonaro e respostas de instituições
Natal, RN 29 de mar 2024

Bancada federal do RN reage a declarações de Bolsonaro e respostas de instituições

8 de setembro de 2021
Bancada federal do RN reage a declarações de Bolsonaro e respostas de instituições

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O presidente do Supremo Tribunal Federal, Luiz Fux, e o presidente da Câmara, Arthur Lira, se pronunciaram nesta quarta-feira (8) sobre os atos antidemocráticos do 7 de setembro, inflamados por Bolsonaro.

Enquanto o STF foi firme ao declarar que ninguém fechará a Suprema Corte e que o presidente cometeu crime de responsabilidade que deve ser julgado pelo Congresso Nacional, quem representa esse Congresso se pronunciou com críticas veladas e chegou a enaltecer os brasileiros que foram às ruas de modo “pacífico”.

A bancada federal de deputados do Rio Grande do Norte reagiu aos discursos nas redes sociais. Confira:

Câmara Federal

Natália Bonavides (PT)

No feriado, a deputada federal Natália Bonavides participou do 27º Grito dos Excluídos em Natal, ao lado de partidos e movimentos sociais, “em defesa da vida e contra o autoritarismo”.

A parlamentar, que é a maior crítica ao governo federal entre os colegas potiguares, comentou as falas do presidente durante os atos: “No discurso da paulista, fica evidente o motivo de todo esse alarde de Bolsonaro e dos seus seguidores: Não querem que os trambiques da familícia sejam investigados e descobertos!”.

Como a maioria da oposição, Natália avalia que o pronunciamento de Lira demonstra conivência com os crimes cometidos pelo presidente.

“O pronunciamento do presidente da Câmara foi uma declaração de apoio ao governo. Sem impeachment, cada atitude é pura conivência com os crimes de Bolsonaro e seus ataques contra as liberdades democráticas, a soberania nacional, a vida e os direitos do povo. #ForaBolsonaro”, publicou no Twitter.

Rafael Motta (PSB)

O outro deputado do RN alinhado com o campo progressista, Rafael Motta (PSB), foi bastante comedido ao falar sobre o assunto.

“Não podemos esquecer que o 7 de setembro representa a independência deste país. Que não paremos de lutar por sua liberdade e por dias melhores, longe de tensões, conflitos e interesses antidemocráticos”, foram as palavras de Rafael sobre o dia de maior tensão desde que Bolsonaro tomou posse como presidente.

Walter Alves (MDB)

No meio dessa disputa de narrativas, o deputado Walter Alves, mesmo que discretamente, escolheu defender a democracia. Em post de comemoração à data resumiu: “Independência. Democracia. Respeito à Constituição. Unidos pelo Brasil.”.

Mais tarde, compartilhou nota da partido: “O presidente da República erra ao usar o Dia da Independência para afrontar os outros Poderes. Parece tentar se desviar dos problemas reais: inflação de alimentos, combustíveis, crise fiscal, hídrica, desemprego e baixo crescimento.”

General Girão (PSL)

O parlamentar potiguar mais fiel a Bolsonaro, General Girão, convocou os apoiadores para as manifestações e cumpriu a cartilha do mestre, atacando o STF e criticando a cobertura midiática.

“Nesse mundo mitológico de semideuses, vamos fazer de conta que existe um ser supremo de toga, que manda no país. Em uma fantasia jurídica, vamos fazer de conta que estamos com medo de ir às ruas nesse 7 de setembro. Um faz de conta. A realidade nos chama!”, escreveu ele antes do ato, que para ele, demonstraram um apoio popular muito grande ao presidente.

“Tentaram manchar a espontânea e democrática manifestação popular do histórico 7 de setembro de 2021. Foi gigante, foi popular e democrático. Qualquer outro adjetivo, é desonesto e um desserviço informativo”, publicou, ao compartilhar entrevista que concedeu à CNN.

Carla Dickson (PROS)

A deputada Carla Dickson mais uma vez usou a religiosidade para arrebanhar apoiadores. Ainda presa ao slogan “Brasil acima de tudo, Deus acima de todos”, ela convocou para as manifestações com post que dizia “Nós, cristãos, estamos falando de política hoje, para não sermos proibidos de falar de Jesus amanhã”, sugerindo que é o desejo da oposição de Bolsonaro.

Em Natal, compareceu às ruas ao lado do marido, o deputado estadual Albert Dickson.

Benes Leocádio (PTC)

O deputado Benes Leocádio marcou posição publicando as cores da bandeira do Brasil, cujo bolsonarismo se apropriou, mas não esteve nas manifestações. “Garantir que o Brasil continue livre, independente e cada dia mais forte é o nosso dever”, escreveu.

João Maia (PR)

O deputado João Maia seguiu a mesma linha, com uma publicação discreta e direta: “Que o nosso Brasil possa sempre ser iluminado pelos raios da liberdade e da independência”, comentou a data.

Beto Rosado (PP)

Beto Rosado não fez qualquer menção pública às manifestações. No Instagram, um post da assessoria dizia que o feriado inspira a renovar as forças para seguir trabalhando. Classificou a data como especial para todos os estados do Brasil. "São em datas como essas, que eu sinto que impulsionam a minha vontade de trabalhar mais e fazer o melhor para o meu país e para o meu estado, o Rio Grande do Norte".

Senado Federal

Jean Paul Prates (PT)

Pronto! Abandonamos as notas de repúdio e passamos para os discursos pela TV. Já é um passo adiante!”, inicia o senador Jean, otimista na forma, mas não quanto ao conteúdo das declarações, especialmente do presidente da Câmara, Arthur Lira.

O petista publicou uma série de tweets analisando os discursos:

“Chama atenção na fala de Arthur Lira a afirmação de que nossa Constituição não será rasgada! Mas o que me preocupa é que se continuarmos admitindo o que está acontecendo e sendo incentivado por Bolsonaro, nossa Carta Magna vai estar em farrapos em pouco tempo.

Está nas mãos de Arthur Lira a decisão sobre abrir um processo de impeachment contra o Presidente da República. Eu mesmo sou signatário de alguns deles que repousam há meses em sua gaveta. Recomendo ao deputado que evite o aprofundamento da crise e abra o processo.

Vi também a fala de Luiz Fux. Nosso Presidente do STF foi menos econômico e contido nas palavras. Foi claro! É CRIME DE RESPONSABILIDADE promover ameaças às autoridades da Corte e o desprezo por decisões judiciais.

O STF é a única barreira que impede Bolsonaro de aprofundar ataques ao regime democrático. Os crimes do presidente devem ser imediatamente respondidos e a única resposta cabível é afastá-lo da vida política: seja pelo impeachment, seja por inelegibilidade pelos crimes cometidos”.

Zenaide Maia (PROS)

A senadora Zenaide publicou antes do ato que o Brasil já sairia perdendo do 7 de setembro que se aproximava. “O presidente conseguiu transformar uma data cívica em um dia de divisão, animosidade e vazias tentativas de demonstrar uma força que já não possui, porque já não governa”, disse.

Quem se dedica tanto a motociatas, discursos fake, bravatas e ataques à democracia, não tem tempo para cuidar de suas reais responsabilidades”, completou.

Pela data comemorativa, publicou desejo de “Educação, Saúde, Emprego, Dignidade, Justiça Social e Paz”. Ainda no dia 7, defendeu que o Congresso devolva a Medida Provisória que dificulta a retirada de conteúdo inadequado das redes, que “só beneficia as redes de ódio e os produtores de fake news”. Para ela, a MP é mais um ataque de Bolsonaro à democracia.

Styvenson Valentim (Podemos)

Depois de se declarar decepcionado com Bolsonaro, o senador Styvenson preferiu fugir da polêmica e “sumir” das redes no feriado cívico.

O senador não repercutiu os atos realizados no último 7 de setembro, mas dias antes publicou um vídeo de Fux falando sobre o respeito às instituições e à democracia nas manifestações. “Recadinho do ministro Fux para você que vai desfilar de verde e amarelo ou de vermelho no 7 de setembro”, comentou.

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