Bispos da Igreja Universal em Angola rompem com Edir Macedo
Natal, RN 18 de abr 2024

Bispos da Igreja Universal em Angola rompem com Edir Macedo

23 de junho de 2020
Bispos da Igreja Universal em Angola rompem com Edir Macedo

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Por Rede Brasil Atual

Bispos e pastores da Igreja Universal do Reino de Deus em Angola anunciaram o rompimento com a gestão brasileira, controlada pelo autoproclamado bispo Edir Macedo. Eles acusam a Universal de racismo contra religiosos angolanos para privilegiar os brasileiros. As divergências com a cúpula da igreja começaram novembro de 2019, quando 320 bispos e pastores pediam a saída dos brasileiros. No entanto, as reivindicações não foram atendidas.

Segundo reportagem da BBC Brasil, publicada nesta terça-feira (23), os dissidentes angolanos afirmam ter o controle de 42% dos templos – 35 na capital do país, Luanda, incluindo a Catedral do Morro Bento e do Cenáculo do Patriota, e outros 50 em cidades do interior.

Para marcar a ruptura, o grupo passou a adotar a denominação Igreja Universal de Angola.

Os desgarrados acusam a direção brasileira de evasão de divisas, expatriação ilícita de capital e abuso de autoridade. Eles também reclamam da imposição da prática de vasectomia aos pastores angolanos e intromissão na vida conjugal.

Segundo Dinis Bundo, identificado como obreiro da Universal e porta-voz do grupo rebelado, as “melhores” igrejas sempre foram designadas aos pastores brasileiros. Ademais, eles também são beneficiados com melhores salários e carros modernos.

A reportagem é do jornalista Gilberto Nascimento, autor do livro O Reino (Companhia das Letras, 384 páginas), em que traça uma “radiografia” da Universal, fundada em 1977, além de contar a história de seu criador.

Bolsonaro “de fé”

Em outra reportagem, a Agência Pública mostra que, no Brasil, a secretaria de Comunicação da Presidência (Secom) já gastou mais de R$ 300 milhões em campanhas veiculadas em rádios e TVs de propriedade ou ligadas a líderes religiosos evangélicos que o apoiam. O valor equivale a quase 10% de tudo o que foi gasto pelo órgão desde o início do governo Bolsonaro.

Pelo menos R$ 28 milhões foram destinados ao grupo Record, controlado por Edir Macedo. A Secom passou a fazer parte do ministério das Comunicações, ressuscitado, que ficou sob comando do deputado Fábio Faria (PSD-RN). O novo ministro é casado com uma das filhas do apresentador Silvio Santos, dono do SBT.

Pública também destaca manobras entre Bolsonaro e Edir Macedo para tentar emplacar o também bispo evangélico e deputado federal Marcos Pereira como substituto de Rodrigo Maia na presidência da Câmara. Pereira preside o Republicanos (ex-PRB), braço político da Igreja Universal.

As eleições para o comando da Casa ocorrerão em fevereiro do ano que vem. O presidente da Câmara dos Deputados é quem controla a pauta de votação da Casa. Além disso, por exemplo, é dele a decisão sobre a abertura ou não de processos de impeachment contra o Presidente da República.

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