“Bolsonaro enxerga nos governadores uma resistência legítima aos seus apetites autoritários”, diz Flávio Dino
Natal, RN 24 de abr 2024

“Bolsonaro enxerga nos governadores uma resistência legítima aos seus apetites autoritários”, diz Flávio Dino

18 de maio de 2020
“Bolsonaro enxerga nos governadores uma resistência legítima aos seus apetites autoritários”, diz Flávio Dino

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O governador do Maranhão Flávio Dino (PCdoB) respondeu nesta segunda-feira (18) aos ataques sistemáticos de Jair Bolsonaro ao ser questionado sobre a pressão do presidente da República em relação à retomada da economia. Na avaliação dele, não há outra maneira de retomar a economia sem derrotar o novo Coronavírus. Dino criticou Bolsonaro, disse que o presidente está há dois meses priorizando uma agenda errada e a luta política contra aos governadores:

- Nós temos tido, infelizmente, o atraso e o retardamento na retomada da economia por conta da atitude do presidente da República. Ou seja, ele é o principal impedimento ao restabelecimento da normalidade porque está há dois meses com uma agenda errada tentando fazer o que ele não pode fazer: receitar remédio. Eu não discuto se o remédio A ou B é certo ou errado, não tenho aptidão nem competência técnica para isso (receitar remédio). Por outro lado, ele está há dois meses priorizando a luta política contra os governadores por uma razão simples: o presidente Bolsonaro não aceita nenhum tipo de controle contra suas vocações despóticas. Ele enxerga nos governadores uma resistência legítima a esses apetites autoritários. Bolsonaro não está colocando em primeiro plano a retomada da economia. Quem está defendendo a retomada da economia são aqueles que querem derrotar o coronavírus”, afirmou.

Flávio Dino fez questão de frisar que a retomada da economia passa por derrotar a pandemia. E defendeu as medidas adotadas pela maioria dos governadores nos estados como forma de frear a disseminação do vírus:

- A paralisação econômica não deriva de decretos de governadores. Se fosse assim, (a pandemia) não estaria ocorrendo na China ou na Europa. O que é preciso entender é que existe apenas uma forma séria e decente de retomar a atividade econômica: vencer a pandemia. Paradoxalmente, quem quer retomar a economia o mais rapidamente possível são aqueles que neste momento estão tendo a coragem de sustentar as medidas preventivas”, disse, numa referência aos colegas nos estados.

A premissa para que o comércio seja reaberto no país é a vida, destaca o governador maranhense. E questiona o segmento empresarial sobre a reabertura das lojas num cenários de agravamento da epidemia:

- Alguém acha que as cadeias produtivas as cadeias globais de oferta e demanda vão se estabelecer num contexto de grave pandemia ? Alguém acha que haverá investimento privado com pessoas morrendo ? Não há contradição, a não ser por uma falácia ideológica entre defender a vida e a economia. Só há um modo verdadeiro de defender a economia: é defender a vida, que é uma premissa para que a atividade econômica funcione”, disse.

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