O futuro do potiguar Rogério Marinho à frente do ministério do Desenvolvimento Regional pode estar atrelado ao próximo presidente do Senado Federal.
De acordo com informações publicadas nesta quarta-feira (13) pelo jornal Valor Econômico, a pasta comandada hoje por Marinho deve servir para acomodar Davi Alcolumbre, atual presidente do Senado e que vem fazendo campanha pelo sucessor Henrique Pacheco (DEM-MG), também apoiado pelo Palácio do Planalto.
A imprensa vem divulgando há algumas semanas que o presidente Jair Bolsonaro já ofereceu um espaço entre os ministros para Alcolumbre e, segundo o Valor, a preferência do parlamentar eleito pelo Amapá é o ministério do Desenvolvimento Regional, pasta que toca obras estruturantes e tem orçamento para 2021 previsto em R$ 24 bilhões.
Alcolumbre deve virar ministro caso consiga emplacar Pacheco. A disputa no Senado, marcada para 1º de fevereiro, deve ser contra um candidato do MDB, ainda indefinido.
De acordo com o Valor, Davi Alcolumbre já está prometendo a senadores aliados mais verbas para os Estados a partir de obras e ações da pasta de Desenvolvimento Regional.
Caso troque o comando do ministério, Bolsonaro deve transferir Rogério Marinho para outra pasta, já que o potiguar tem agradado o chefe.
Ainda segundo o jornal Valor Econômico, a secretaria-geral da Presidência seria um destino possível. A pasta tem como atrativo a Subchefia de Assuntos Jurídicos (SAJ), pela qual passam todos os atos normativos, leis e medidas provisórias firmadas pelo presidente.
No entanto, a mudança não agradaria Marinho, que tem pretensões políticas e vem tratando o ministério como uma forma de melhorar a péssima imagem que tem no Rio Grande do Norte, fruto principalmente da época em que assumiu a relatoria da reforma Trabalhista, projeto que mudou mais de 100 artigos da CLT e é reconhecido como o maior ataque aos direitos trabalhistas do país desde a era Vargas.
A resposta contra Rogério Marinho veio nas urnas. Apesar de ter feito a segunda campanha mais cara entre todos os candidatos a deputado federal em 2018, o ex-tucano foi apenas o 12º mais votado e amargou a segunda suplência.
Nos bastidores da política local, Rogério Marinho vem travando uma batalha velada com o ministro Fábio Faria (PSD) de olho na única vaga para Senado Federal em disputa em 2022. Como o ex-governador do Estado Robinson Faria (PSD) deve tentar uma vaga para a Câmara Federal, a sobrevivência do filho estaria entre permanecer num ministério em caso de nova vitória de Bolsonaro ou concorrer ao Senado.