Bolsonaro usa Roberto Kalil para defender uso de Cloroquina contra a Covid-19
No quinto pronunciamento em cadeia nacional desde o agravamento da pandemia do novo Coronavírus no Brasil, o presidente da República Jair Bolsonaro (sem partido) voltou a defender o uso do medicamento hidroxicloroquina no início do tratamento contra a Covid-19.
Dessa vez, ele usou o médico e diretor do hospital Sírio Libanês Roberto Kalil, que admitiu, em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, ter usado o remédio na semana passada para se recuperar da doença.
“Quero parabenizar o doutor Roberto Kalil que assumiu não só que usou (a cloroquina) bem como ministrou a cloroquina para os pacientes. E estão todos salvos”, disse Bolsonaro, para em seguida complementar: “É uma decisão que pode ser um divisor de águas e entrar para a história como tendo salvo milhares de pessoas”, disse.
Ele anunciou ainda um acordo com a Índia, que deve enviar ao Brasil a matéria-prima da hidroxocloroquina para a fabricação do medicamento no país.
O remédio é usado no combate da malária e ainda está em fase de testes que comprovem sua eficácia em doenças como a Covid-19.
Ainda no pronunciamento, Bolsonaro voltou a demonstrar um descolamento dos governadores ao destacar que o Governo Federal não foi consultado sobre as pedidas restritivas adotadas pelos Estados:
“Respeito a autonomia dos governadores e prefeitos. Mas as medidas restritivas são de responsabilidade dos mesmos, o governo não foi consultado”, afirmou.
No início da semana, o presidente se envolveu em nova polêmica com o Ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. O jornal O Globo chegou a anunciar que Bolsonaro tinha decidido demitir o auxiliar, o que não se concretizou. Sem citar o nome de Mandetta, o presidente mandou um recado indireto ao afirmar que “todos os ministros devem estar sintonizados comigo”, disse.
Na contramão da orientação de todos os órgãos de saúde, Bolsonaro insistiu na flexibilização do isolamento social ao dizer que “a maioria dos brasileiros quer voltar a trabalhar”.
O Brasil chegou a 800 mortes e 15.927 casos confirmados, de acordo com o boletim epidemiológico divulgado nesta quarta-feira (8) pelo Ministério da Saúde.