Brasil trajando luto: morre Aldir Blanc
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Brasil trajando luto: morre Aldir Blanc

4 de maio de 2020
Brasil trajando luto: morre Aldir Blanc

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O escritor e compositor Aldir Blanc, 73 anos, não resistiu às complicações decorrentes da Covid-19 e morreu na madrugada desta segunda-feira (4), no Rio de Janeiro. Um dos maiores compositores do país, Blanc é autor de clássicos imortalizados na Música Popular Brasileira como “O Bêbado e o Equilibrista”, "Saudades da Guanabara", "Bala com bala", “Mestre-sala dos mares”, “50 anos”, “Linha de passe”, entre outras pérolas.

Foi parceiro de João Bosco, Cristóvão Bastos, Maurício Tapajós, Guinga, Moacyr Luz e gravado por cantoras e intérpretes do quilate de Elis Regina, Simone, Nana Caymmi, Teresa Cristina, entre outras gigantes da MPB.

Entre os discos que lançou estão “Rios, ruas e paraísos” (1984, com Maurício Tapajós), “Aldir Blanc — 50 anos” (1996) e “Vida noturna” (2005), publicou livros — “Rua dos Artistas e arredores” (1978), “Porta de tinturaria” (1981) e “Vila Isabel, inventário da infância” (1996).

Com infecção generalizada em decorrência do novo Coronavírus, Aldir Blanc estava internado no CTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, desde o dia 15 de abril.

Aldir Blanc surgiu para o público ao lado do eterno parceiro João Bosco, em 1972, em um projeto do jornal carioca O Pasquim chamado “Disco de Bolso”. Na época, o semanário lançava um compacto simples, pequeno disco de vinil com duas canções. De um lado um artista consagrado, que no caso foi Tom Jobim com “Água de Março” e, do outro, a dupla com a canção “Agnus Sei”.

Aldir Blanc em estúdio ao lado do principal parceiro João Bosco: "uma dor assim pungente"

Cultivava algumas paixões: o Rio de Janeiro, o Vasco da Gama, a escola Acadêmicos do Salgueiro e a boêmia.

A música "O bêbado e o equilibrista" virou hino da Anistia pelos brasileiros vítimas da ditadura militar. Composta por Aldir Blanc e João Bosco, foi pensada inicialmente como uma homenagem a Charles Chaplin.

Em uma conversa com os irmãos de Betinho, o "irmão de Henfil" citado na canção, Aldir Blanc teve a ideia de fazer da música um protesto pela volta de todos os exilados e perseguidos, pelo ponto de vista de um personagem chapliniano, o bêbado.

Em 1996, em parceria com Cristóvão Bastos, Aldir escreveu a letra de "50 anos". Os versos definem a vida pela pena de Blanc, cronista das miudezas do cotidiano e consciente do que sempre quis. No trecho da canção, uma espécie de epitáfio:

- Perdôo a todos, não peço desculpas
Foi isso que eu quis viver"

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