Coletivo da UFRN acusa reitoria de “hierarquizar vidas” e pede suspensão integral das atividades
A suspensão das aulas presenciais confirmada nesta terça-feira (17) pela reitoria da UFRN não foi suficiente para amenizar a revolta de alguns setores da universidade. Isso porque, pela decisão do comitê Covid-19, que analisa as situações de emergência envolvendo o coronavírus, as demais atividades presenciais seguem funcionando, o que expõe trabalhadores terceirizados, estudantes-bolsistas e técnicos que exercem função administrativa na UFRN.
No final da manhã, o coletivo Luta Educadora, formado por professores e técnicos da universidade federal, divulgou uma nota acusando a reitoria de “hierarquizar vidas”:
- Exigimos que a Reitoria revise sua posição e pare de hierarquizar nossas vidas! A possibilidade de contágio é maior em salas de aulas, entre professores e estudantes, mas não é desprezível na aglomeração de trabalhadores nos demais setores da UFRN, bem como na exposição destes em suas rotinas e em transportes coletivos para acessar o local de trabalho. Além disso, a continuidade dessas atividades poderá estimular a procura por atendimento presencial por parte dos alunos e da sociedade. A suspensão deve seguir sendo reavaliada, à medida que a pandemia for avançando e sendo controlada. A suspensão não trará prejuízos irrecuperáveis para a UFRN, mas pode ser fatal para as pessoas”, diz um trecho da nota.
A agência Saiba Mais entrou em contato com a assessoria de comunicação da reitoria da UFRN que informou que daria retorno. Assim que a resposta chegar será publicada.
Leia a nota na íntegra assinada pelo coletivo Luta Educadora
Exigimos que todas as atividades acadêmicas e administrativas da UFRN, exercidas por técnicas e técnicos, terceirizadas e terceirizados, trabalhadores e trabalhadores da FUNPEC, estudantes-bolsistas, professoras e professores, sejam imediatamente suspensas, sem qualquer desconto em suas remunerações!
O vice-reitor da UFRN externou na manhã do dia 17.03, em entrevista na FM Universitária, que as aulas presenciais da UFRN estão suspensas. Infelizmente, a posição mantém algumas atividades acadêmicas e TODAS as atividades administrativas! Estas últimas, realizadas principalmente por trabalhadoras e trabalhadores técnico-admnistrativos, pessoal terceirizado e bolsistas, não são mais importantes do que nossas saúdes e vidas. Casos específicos de trabalho que lidam com vidas ou serviços considerados inadiáveis devem ser tratados como exceção; não como regra.
Exigimos que a Reitoria revise sua posição e pare de hierarquizar nossas vidas! A possibilidade de contágio é maior em salas de aulas, entre professores e estudantes, mas não é desprezível na aglomeração de trabalhadores nos demais setores da UFRN, bem como na exposição destes em suas rotinas e em transportes coletivos para acessar o local de trabalho. Além disso, a continuidade dessas atividades poderá estimular a procura por atendimento presencial por parte dos alunos e da sociedade. A suspensão deve seguir sendo reavaliada, à medida que a pandemia for avançando e sendo controlada. A suspensão não trará prejuízos irrecuperáveis para a UFRN, mas pode ser fatal para as pessoas.
Demandamos que a reitoria receba a representação das servidoras e servidores técnico-administrativo o mais rápido possível e que o Sintest, sindicato que representa a referida categoria da UFRN, exija nessa reunião que técnicos, terceirizados, fundacionais, bolsistas, professores-gestores sejam liberados de suas atividades administrativas imediatamente.
Pedimos ao DCE, a ADURN e a toda comunidade que se junte a essa luta não apenas pelas categorias que representam, mas por todas e todos nós, na certeza de que todas as vidas importam!
#TodasAsVidasImportamUFRN
COLETIVO LUTA EDUCADORA - UFRN