Com reprovação a 38%, mais escolarizados e ricos começam a abandonar Bolsonaro
Natal, RN 20 de abr 2024

Com reprovação a 38%, mais escolarizados e ricos começam a abandonar Bolsonaro

2 de setembro de 2019
Com reprovação a 38%, mais escolarizados e ricos começam a abandonar Bolsonaro

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Dados da pesquisa nacional do Instituto Datafolha, divulgada nesta segunda-feira (2), mostram que a popularidade do presidente Jair Bolsonaro continua em queda. Os índices de reprovação subiram para 38% frente aos 33% do levantamento anterior, feito no início de julho. Um ponto importante nesses números refere-se ao índice de reprovação entre os eleitores que possuem ensino superior. A reprovação entre os mais escolarizados saltou e 36% para 43%.

Com a reprovação em alta, os números contrários seguem o padrão dos dados e Bolsonaro continua sendo o presidente eleito mais mal avaliado em um primeiro mandato, considerando os governos FHC, Lula e Dilma. A aprovação do governo teve oscilação de julho para cá, com queda de 33% para 29%, dentro da margem de erro de dois pontos percentuais para cima ou para baixo. Foram ouvidas 2.878 pessoas com mais de 16 anos em 175 municípios.

Os números apontam ainda para a queda de desempenho entre aqueles mais ricos, com renda mensal acima de 10 salários mínimos. Neste segmento, a aprovação ao presidente caiu de 52% em julho para 37% agora. O número, apesar de se manter acima da média, é bastante significativo do ponto de vista da fuga de apoio pela mesma parte do eleitorado que ajudou a elegê-lo.

O presidente registra o maior apoio entre empresários (48%), evangélicos neopentecostais (46%) e entre aqueles que ganham entre cinco e dez salários mínimos (39%). O apoio também é maior na região centro-sul (37%).

A pior avaliação do presidente permanece entre os mais pobres. Entre os que ganham até dois salários mínimos, a taxa de ruim/péssimo nesse recorte é de 22%; entre  os mais jovens, de 16 a 24 anos, 24%; e, com escolaridade de só ensino fundamental, 26%.

Cerca de um terço da população (32%) considera que Bolsonaro “nunca” se comporta de forma adequada para o cargo. Outros 23% dizem que ele se comporta de maneira adequada na minoria das vezes.

Os que concordam com a conduta do presidente na maioria das ocasiões são 27%, e os que dizem que Bolsonaro “sempre” se comporta adequadamente são apenas 15%. Os que dizem nunca confiar no que diz o presidente somam 44%. Os que às vezes confiam são 36%. E os que sempre confiam, apenas 19%.

O deputado federal Ivan Valente (PSOL-SP) repercutiu os dados da pesquisa e fez críticas ao presidente Bolsonaro:

"DataFolha mostra a erosão da base de Bolsonaro, agora são 38% que acham o governo ruim ou péssimo, eram 33% em julho. Bolsonaro segue sendo o pior presidente em 1º mandato da história. E são só 8 meses. E a conta quem paga é o povo", escreveu o parlamentar no Twitter.

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"Acabou também aquela história de 3 partes iguais, dos que reprovavam, dos que aprovavam e dos que o achavam regular. Agora os que reprovam são a maior parte, 38%, apenas 29% apoiam o governo. Bolsonaro derrete", disse.

Ivan Valente também reforçou que a rejeição de Bolsonaro "disparou no Nordeste, 52%". "Mas cresceu expressivamente no sul também, de 25% para 31%. Bolsonaro perdeu apoio até entre os mais ricos, para quem governa. De 52% para 37%. Erosão total".

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Se a eleição fosse hoje, Fernando Haddad seria eleito, aponta pesquisa

Ainda de acordo com o DataFolha, a maioria dos eleitores que votaram em Bolsonaro no segundo turno das eleições em 2018 (57%) avalia o governo como bom ou ótimo. Mas um em cada quatro dos que votaram se arrepende da escolha, o que garantiria uma “liderança apertada” ao petista Fernando Haddad, se as eleições fossem hoje, segundo o diretor do Datafolha, Mauro Paulino. Entre os que apoiaram Haddad, a reprovação ao atual governo é de 69%.

Os dados divulgados pelo Datafolha revelam que as polêmicas envolvendo o presidente de dois meses para cá, período que separa as duas pesquisas e no qual Bolsonaro foi protagonista de diversas falas e decisões controversas em seu governo, influenciaram os índices, o que revela uma insatisfação nacional com as posturas tomadas pelo presidente de extrema-direita.

Neste período, o presidente sugeriu que o pai do presidente da OAB, Fernando Santa Cruz, havia sido morto por seus próprios colegas de guerrilha na ditadura. Ainda, indicou o próprio filho, Eduardo Bolsonaro, para ocupar a embaixada do Brasil nos Estados Unidos, sendo acusado de nepotismo.

Bolsonaro também bateu de frente inúmeras vezes com o seu ministro da Justiça, Sergio Moro, sobre mudanças na Polícia Federal e no Coaf, além de ter chamado governadores do nordeste de “paraíbas” e ter visto uma das maiores crises do seu governo até então – as queimadas e desmatamento na Amazônia.

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