Comitê científico volta a pedir que população evite remédios sem eficácia comprovada no tratamento precoce da Covid-19
Natal, RN 26 de abr 2024

Comitê científico volta a pedir que população evite remédios sem eficácia comprovada no tratamento precoce da Covid-19

5 de março de 2021
Comitê científico volta a pedir que população evite remédios sem eficácia comprovada no tratamento precoce da Covid-19

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O comitê científico criado pelo Governo do Rio Grande do Norte voltou a pedir para que a população não utilize medicamentos como prevenção ou tratamento precoce contra a covid-19. Essa foi a primeira recomendação de uma lista com 12 medidas que orientou o novo decreto estadual anunciado nesta sexta-feira (5) pela governadora Fátima Bezerra (PT):

- Não utilizar medicamentos como prevenção ou tratamento precoce para a COVID-19, uma vez que não existem evidências científicas que embasam esta conduta", diz o texto assinado por um grupo de 14 profissionais de saúde renomados no Estado.

O novo decreto tem como principal medida a ampliação do toque de recolher no Estado, agora entre 20h e 6h, e a proibição de circulação de pessoas nas ruas aos domingos.

O grupo analisou notificações de casos de Covid-19 registrados entre 1º de abril de 2020 e 15 de fevereiro
de 2021 para estabelecer a tendência de novos adoecimentos, principalmente casos graves que necessitem de atendimento intensivo.

A partir do que foi verificado dentro do período em todas as regiões do estado, o comitê elaborou seis considerações principais para estabelecer 12 medidas a serem tomadas.

O relatório lista que a Região Metropolitana atingiu um platô no número de casos, com indicativo de aumento de pacientes nos próximos dias. Além disso, há saturação do sistema de saúde, com taxa de ocupação de leitos críticos acima de 90% e 17 hospitais com 100% de ocupação.

Também foi levado em conta que novas variantes do SARS-CoV-2 já foram introduzidos no Rio Grande do Norte enquanto há um baixo percentual da população vacinada.

Por fim, o grupo lembra que as únicas medidas efetivas de prevenção e controle, até que se consiga uma cobertura vacinal adequada, são as medidas não farmacológicas, mas ainda não há medicamento com comprovação científica para uso no controle/prevenção do SARS-CoV2, indica o trabalho.

Ivermectina é um remédio para usado no tratamento de vermes e piolhos / Foto: Reprodução

A recomendação do comitê, formado pelo governo estadual, vai de encontro com o que tem sido pregado pelo poder executivo municipal natalense. Isso porque o prefeito Álvaro Dias (PSDB) participou de uma coletiva de imprensa no último dia 22 de fevereiro afirmando que investiria na medicação ivermectina para combater o avanço da Covid-19 no município.

Não há comprovação científica da eficácia desse remédio.

A declaração do gestor ocorre mesmo após a própria farmacêutica norte-americana MSD (Merck Sharp and Dohme), que produz a ivermectina, declarar não haver evidências científicas de que o medicação tenha eficácia no tratamento do coronavírus.

No dia seguinte a orientação de Dias, a infectologista Marisa Reis, que integra o Comitê Científico do Rio Grande do Norte, deu entrevista ao RN-TV afirmando que ''mais de 90% dos doentes que estão internados nas UTIs do estado fizeram uso do medicamento", comprovando que não há prevenção alguma relacionada ao uso dele.

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