Conselho estadual de Direitos Humanos repudia investigações do Ministério da Justiça contra Antifas, mas não cita monitoramento do MP no RN
Natal, RN 24 de abr 2024

Conselho estadual de Direitos Humanos repudia investigações do Ministério da Justiça contra Antifas, mas não cita monitoramento do MP no RN

11 de agosto de 2020
Conselho estadual de Direitos Humanos repudia investigações do Ministério da Justiça contra Antifas, mas não cita monitoramento do MP no RN

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O Conselho Estadual de Direitos Humanos e Cidadania divulgou nesta terça-feira (11) uma nota de repúdio às investigações e monitoramentos sigilosos do Ministério da Justiça contra membros do Movimento de Policiais Antifascismo, professores e personalidades públicas. As revelações de que o Governo Bolsonaro produziu um dossiê contra 579 servidores públicos federais e estaduais foram publicadas pelo portal Uol em julho.

No Rio Grande do Norte, o Ministério Público Estadual também produziu um documento com dados pessoais de 23 agentes de segurança pública ligados ao Movimento dos Policiais Antifascismo. A nota do Conselho Estadual de Direitos Humanos, no entanto, não cita o procedimento que, a exemplo Ministério da Justiça, também lembra práticas adotadas no período da ditadura militar, que monitorava, investigava e perseguia opositores do regime, quando não torturava e matava.

Leia a nota na íntegra:

NOTA ANTIFASCISTA

Diante das notícias veiculadas sobre investigações e monitoramentos sigilosos realizados no âmbito do Ministério da Justiça (MJ) contra Policiais do Movimento Antifascismo, Professores e personalidades públicas, bem como os desdobramentos que ocorreram a respeito – instauração de apurações acerca da ilegalidade daquelas ações do MJ –, o Conselho Estadual dos Direitos Humanos e da Cidadania (COEDHUCI), na última reunião, ocorrida no dia 07 de agosto de 2020, por meio virtual, aprovou a manifestação pública do posicionamento de repúdio à prática autoritária e persecutória da elaboração de “dossiês” contra pessoas que se expressam politicamente antifascistas e contrárias aos aspectos da política do governo federal que consideram de caráter fascista.

A atuação de utilizar o aparato institucional e burocrático do Estado para produzir “relatórios” gravados com sigilo contra pessoas que se opõem politicamente ao governo e denunciam as respectivas ilegalidades, autoritarismo e fascismo das ações governamentais não é novidade alguma, pois era isso que o regime da ditadura militar fazia.

Não devemos permitir tamanho arbítrio. Não podemos deixar passar, porque isso está a um passo de produção de torturas psicológicas e outras formas de violência no ambiente de trabalho, por meio de processos administrativos disciplinares e inquéritos policiais injustificáveis e intermináveis contra aquelas pessoas. Calar as vozes das pessoas que se opõem ao governo é uma das formas de uso da força para dominação total da população.

A afronta do Ministério da Justiça em desobedecer à ordem judicial expedida pela Ministra Carmen Lúcia do Supremo Tribunal Federal, que determinou fossem prestadas informações sobre a forma de produção e as finalidades dos “relatórios” sigilosos, representa mais um sinal de alerta em relação ao autoritarismo desenfreado. Não respeitar as instituições da República é traço do fascismo.

Em razão de o COEDHUCI ser um órgão vocacionado para a promoção e defesa da Democracia e dos Direitos Humanos, trata-se de uma instituição Antifascista, por coerência, imposição moral e jurídica.

Assim, o COEDHUCI repudia veementemente a sinistra e tosca reprodução das práticas ditatoriais e fascistas de elaboração de documentos para persecuções políticas. Para que não se repita. Para que nunca mais aconteça. O COEDHUCI pronuncia o Antifascismo e se soma àquelas 579 pessoas que constam no famigerado relatório sigiloso do Ministério da Justiça.

CONSELHO ESTADUAL DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DO RIO GRANDE DO NORTE

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