CoronaVac: natalenses com autismo não sabem quando terão direito à segunda dose da vacina
Natal, RN 19 de abr 2024

CoronaVac: natalenses com autismo não sabem quando terão direito à segunda dose da vacina

3 de maio de 2021
CoronaVac: natalenses com autismo não sabem quando terão direito à segunda dose da vacina

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Sem autorização do Ministério da Saúde, a Prefeitura de Natal incluiu no final de março as pessoas com autismo nas prioridades para vacinação contra a covid-19, junto com quem tem Síndrome de Down. Esse público recebeu a vacina CoronaVac e agora não sabe quando conseguirá a segunda dose (D2). O intervalo máximo recomendado é de 28 dias e já foi rompido pela maioria.

A Secretaria Municipal de Saúde de Natal informou que está obedecendo o calendário das pessoas com atraso de acordo com o quantitativo de doses recebidas. Nesta terça (4) começa a aplicação de D2 em quem tem 75 anos e nos profissionais de saúde que se vacinaram até 23 de março. Ou seja, com quase duas semanas de atraso.

Pessoas com Síndrome de Down, maiores de 18 anos, estão sendo contempladas no grupo das pessoas com comorbidades a partir desta segunda-feira (3), mas familiares daqueles com Transtorno do Espectro Autista (TEA) reclamam da falta de previsão e de comunicação do poder público.

O irmão da professora Mônica Mourão, Thiago, tem 39 anos, e está no espectro. Ele tomou a primeira dose no dia 1º de abril e, de acordo com o cartão de vacinas, deveria ter completado o ciclo de imunização entre os dias 22 e 29 do mesmo mês.

“A gente foi surpreendido com o que parecia ser uma boa notícia, que foi a inclusão de pessoas com autismo e Down na imunização em Natal. Mas na hora de tomar a segunda dose foi essa crise por não ter a vacina. Chegaram doses, estão marcando para idosos, mas não tem informação alguma sobre esse outro público. Imagino que para as pessoas idosas também está difícil, mas pelo menos sabem que está seguindo uma ordem pela idade. A gente não tem ideia de absolutamente nada”, Mônica explica a inquietação da família.

Ela conta também que no dia da primeira dose teve um atendimento excelente no drive thru montado na sede da OAB: “Fomos super bem tratados. A gente tava nervoso, tinha acabado de perder um tio por covid, mas a equipe foi maravilhosa. Eles colocaram um pessoal preparado pra atender esse público que às vezes não tem compreensão ou tem uma sensibilidade muito grande”, detalhou, ao dizer que desejava que a segunda dose fosse com uma equipe especializada como na experiência anterior.

Sem data para isso, a recomendação recebida nos pontos de vacinação é para ficar de olho nas redes sociais oficiais da Prefeitura, mas Mônica diz que ninguém responde por meio das plataformas.

“A gente entende que não está faltando só pra esse grupo, que o Ministério da Saúde deu informações equivocadas primeiro dizendo que podia, depois que não podia usar, mas o Município não se comunica”, reclama.

Mônica disse ainda que ao ver as notícias sobre baixa procura de CoronaVac para idosos maiores de 80 anos durante o final de semana procurou saber no final do dia em um ponto de vacinação se havia sobras nos frascos.

“Tem várias cidades que estão fazendo a fila da xepa. Fomos ao Sesi no sábado, sempre bem atendidos, mas não podia, só se tivesse aberto um frasco e não tinha. Falaram para tentar na UnP da Roberto Freire no dia seguinte”, contou, lembrando que na universidade recebeu informação de que simplesmente não podia e que precisavam devolver as vacinas remanescentes. Na segunda-feira, foram ao Ginásio Nélio Dias e teve informação semelhante. “Estamos completamente a ver navios”, resumiu a professora.

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