Coronavírus: RN é o 2º estado do país a confirmar aulas da rede pública só em 2021
Natal, RN 24 de abr 2024

Coronavírus: RN é o 2º estado do país a confirmar aulas da rede pública só em 2021

8 de setembro de 2020
Coronavírus: RN é o 2º estado do país a confirmar aulas da rede pública só em 2021

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A governadora Fátima Bezerra anunciou nesta terça-feira (8) que as aulas presenciais na rede pública de ensino só deverão retornar em 2021. Assim, o Rio Grande do Norte segue o entendimento já confirmado em agosto pelo Governo do Acre. A decisão foi embasada numa avaliação do comitê setorial da Educação e da União dos Dirigentes Municipais da Educação (Undime). O Executivo estadual também levou em conta o resultado da pesquisa recente do Ibope que aponta que 70% dos brasileiros só querem voltar às aulas depois da disponibilização da vacina contra a Covid-19.

As aulas em todo o Rio Grande do Norte estão suspensas desde o dia 18 de março. Em 3 de setembro, o Governo do Estado chegou a estimar uma possível volta às aulas para as escolas públicas e privadas no dia 5 de outubro. Mas, com a decisão desta terça (8), apenas a previsão de retorno às aulas para a rede privada continua mantida.

Há estados que já anteciparam a volta às aulas e tiveram problemas. Vinte dias após o retorno na rede estadual, 342 professores do Amazonas foram diagnosticados com a Covid-19, segundo a Fundação de Vigilância de Saúde.

O anúncio do governo estadual ocorreu simultaneamente a um protesto organizado por professores e gestores da rede particular de ensino, que levaram carteiras vazias para a praça 7 de Setembro, no centro de Natal. Eles reivindicam o retorno pela rede privada de maneira não obrigatória, já que as escolas particulares possuem melhor estrutura para uma retomada segura da rotina escolar.

“O retorno deve acontecer pelas escolas privadas que, inclusive, fizeram um alto investimento pra volta às aulas. Enquanto isso, a rede pública de ensino vai ganhando tempo para se preparar. Alguns especialistas argumentam que esse retorno diferenciado pode aumentar a desigualdade de aprendizagem entre os estudantes das escolas públicas e privadas, mas essa diferença sempre existiu e não dá para tirar esse atraso agora. O ensino público sofre dessa falta de estrutura há anos e só vai melhorar com investimento e valorização do professor”, argumenta Bruno Félix, consultor educacional.

Protesto de professores e gestores de escolas particulares ocorreu nesta terça-feira (8) I Foto: Mirella Lopes

Os manifestantes garantem que as escolas particulares estão preparadas para seguir todos os protocolos de segurança sanitária para a retomada as aulas na modalidade presencial.

"As crianças são mais adaptáveis e fáceis de aprender do que os adultos. É na escola que elas serão educadas sobre esses novos hábitos para frequentar locais como restaurantes e shoppings, que já estão abertos. Além disso, os dados de transmissibilidade no RN estão em queda e são muito mais baixos do que os de outros estados que já retomaram. Mesmo que digam que só faltam três meses para acabar o ano, esse tempo é muito coisa porque ninguém vai ter férias no fim do ano depois de tanto tempo sem aula", avalia Thainara Feitosa, gestora educacional.

Alessandra Bessa é mãe de dois filhos e professora. Ela conta que tem tido dificuldade em planejar as aulas remotas porque não têm com quem deixar os filhos.E também relata mudanças no comportamento das crianças por causa do longo tempo de confinamento.

“Tenho uma pessoa que me ajuda, mas ela só fica meio período. Minha filha que tinha deixado de usar fralda teve uma regressão, ela também passa boa parte do tempo tentando chamar minha atenção. Meu filho também começou a roer as unhas, os dois estão mais nervosos. Não queremos que o retorno às aulas seja obrigatório, mas que quem quiser retornar, tenha essa opção”, explica.

Apenas 38 municípios do RN estão na zona segura de transmissão do novo Coronavírus

Há 10 dias, o Estado apresentava 112 municípios com a taxa Rt acima de 1,03, ou seja, acima de 1 e da margem de erro. Nesse mesmo período, 53 municípios integravam a chamada "zona segura" (taxa Rt menor que 1).

Rt é o índice que mede a taxa de transmissibilidade do vírus numa determinada localidade, ou seja, o potencial de transmissão para uma ou mais pessoas.

Atualmente, apenas 38 municípios do estado apresentam taxa Rt menor do que 1 e, portanto, integram a “zona segura”, conforme os dados publicados no Boletim Epidemiológico 152.

Pais de estudantes de escolhas particulares reivindicaram o direito de escolher enviar ou não os filhos para a escola I Foto: Mirella Lopes

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