De ex-prefeito mirim de Parnamirim a acusado de chefiar esquema de corrupção no SUS: quem é Diogo Rodrigues
Natal, RN 29 de mar 2024

De ex-prefeito mirim de Parnamirim a acusado de chefiar esquema de corrupção no SUS: quem é Diogo Rodrigues

27 de abril de 2021
De ex-prefeito mirim de Parnamirim a acusado de chefiar esquema de corrupção no SUS: quem é Diogo Rodrigues

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Nos últimos dias, o noticiário político do Rio Grande do Norte ganhou destaque nas páginas policiais após o Ministério Público Estadual deflagrar a Operação Fura Fila. A investigação teve como objetivo a apuração de possíveis esquemas ilegais na marcação de procedimentos médicos na rede pública.

A operação gerou mandados de busca e apreensão em pelo menos nove municípios do estado e na cidade de São Paulo, além de três ordens de prisão. Dentre os presos, estava Diego Rodrigues da Silva, que atualmente é vereador na cidade de Parnamirim. Segundo o MP, o parlamentar era líder do suposto esquema fraudulento que burlava a fila de consultas e exames através do SUS. 

Como parte da negociata, ele empregava parentes como servidores fantasmas em municípios e recolhia os salários assim que o dinheiro caía na conta. A mãe e uma concunhada foram identificadas pelos promotores de Justiça, que confirmaram ainda que Diogo tinha até a senha do sistema, o que lhe dava total autonomia para incluir quem desejasse e no lugar da fila que escolhesse. Também por recomendação do MP, a Justiça estadual bloqueou R$ 107 mil de Diogo Rodrigues. As propinas eram pagas pelos gestores, em troca de lugares na fila

Muito se perguntou sobre quem é, de onde surgiu e qual a trajetória de Diogo Rodrigues até a sua prisão.

Quando criança, segundo a jornalista Heloísa Macedo, Diogo foi eleito prefeito mirim de Parnamirim. Na adolescência, com boas notas em geografia, química e física no terceiro ano, concluiu o ensino médio na Escola Estadual Santos Dumont em 2011. Na mesma época, se declarava no twitter como fã da ex-governadora Wilma de Faria.

O vereador tem 26 anos, é casado com Monikely Nunes Santos, presa na mesma operação Fura Fila, e, em biografia publicada no site da Câmara Municipal de Parnamirim, se apresenta como servidor público desde 2008, atuando nas áreas da cultura e saúde. Ainda na página do poder legislativo, Diogo afirma ter nascido em Parnamirim. Contudo, declarou e apresentou documentos ao TRE que constam como natural de Natal.

Ao longo dos anos, o atual parlamentar ocupou cargos de confiança na Prefeitura de Parnamirim. Foi nomeado em janeiro de 2019, na gestão do atual prefeito Rosano Taveira, para exercer a função de direção da Central de Regulação do Município, órgão responsável pelo controle do acesso de pacientes aos procedimentos médicos vinculados ao SUS na cidade. Exatamente a área objeto da investigação da Operação Fura Fila.

No ano de 2016, o investigado tentou pela primeira vez ser eleito vereador. Na oportunidade, filiado ao PDT do ex-prefeito Carlos Eduardo Alves, não obteve êxito na disputa. Apesar da derrota, seguiu trabalhando na prefeitura nos anos seguintes.

Para a eleição de 2020, Diogo se filiou ao PSD do ministro Fábio Faria. Em julho do mesmo ano, o então pré-candidato chegou até a se reunir com o presidente da legenda no estado, o ex-governador Robinson Faria. Já durante a campanha, mesmo vinculado às gestões de Maurício Marques e Rosano Taveira, o candidato apostou no discurso da renovação do legislativo municipal. Acabou sendo eleito com a segunda maior votação.

No exercício do mandato, o vereador foi eleito como o segundo vice-presidente da câmara legislativa de Parnamirim e designado para a comissão permanente de assistência social. Ao longo dos quase quatro meses no parlamento, mostrou suas ações nas redes sociais e não se envolveu em nenhum embate político. No twitter, fez acenos a Henrique Alves, Lula e Ciro Gomes, além de exaltar o trabalho de Rogério Marinho no governo Bolsonaro.

Em março, Diogo Rodrigues já tinha sido alvo de um mandado de busca e apreensão. Semanas depois, explodiu a Operação Fura Fila que resultou na sua prisão. Após as ações do MP, nenhum vereador, assim como o prefeito Rosano Taveira, se pronunciou sobre o assunto. Já a mesa diretora da Câmara Municipal, emitiu apenas uma nota de conteúdo protocolar.

Ainda não se sabe o futuro político do ex-prefeito mirim de Parnamirim e os desdobramentos do episódio na casa legislativo.

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