Denúncias de assédio sexual no trabalho contra mulheres aumentaram 63% em cinco anos
Natal, RN 25 de abr 2024

Denúncias de assédio sexual no trabalho contra mulheres aumentaram 63% em cinco anos

8 de março de 2020
Denúncias de assédio sexual no trabalho contra mulheres aumentaram 63% em cinco anos

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As denúncias de assédio sexual contra mulheres recebidas pelo Ministério Público do Trabalho cresceram 63,7% dos últimos cinco anos. Apesar da subnotificação, em 2019 o número de casos registrados chegou a 442 contra 270 em 2015.

Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT), 52% das mulheres economicamente ativas, do mundo, já sofreram assédio sexual.

Na esteira das celebrações do 8 de março, Dia Internacional da Mulher, o MPT lança a campanha nacional “Lugar de mulher é onde ela quiser”. Durante o mês de março, serão publicados materiais informativos nas redes sociais do MPT, com foco no combate a essas irregularidades. O objetivo é conscientizar a sociedade sobre a necessidade da promoção da igualdade no trabalho como modo de combater a violência contra a mulher.

“O MPT quer romper com o silêncio dessas mulheres que sofrem assédio sexual e assédio moral, entre outras violações. A denúncia dessas situações pode ser feita tanto pela vítima, quanto por alguma testemunha, até mesmo de forma sigilosa”, explica a coordenadora nacional de Promoção da Igualdade e Eliminação da Discriminação no Trabalho (Coordigualdade) do MPT, procuradora Adriane Reis.

Segundo Adriane Reis, “a campanha pretende o empoderamento feminino ao destacar a possibilidade de a mulher ocupar qualquer posto de trabalho e função com eficiência e qualidade. O que é preciso é o respeito e o reconhecimento à igualdade da mulher no ambiente de trabalho”, acrescenta.

No Rio Grande do Norte, além de amplificar a campanha, o MPT promove em Natal o debate “Perspectivas de Gênero, Raça e Diversidade e suas Interseccionalidades”. O evento acontece de 8h às 17h30, no auditório do MPT, em Lagoa Nova.

Desigualdade salarial

No final de 2019, o rendimento mensal médio das mulheres foi 22% menor, no geral, do que o dos homens com mesmas atribuições, de acordo com a Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios (Pnad), do IBGE. O estado em que a diferença salarial foi maior é o Mato Grosso do Sul, com 30% de déficit, nos salários das mulheres em relação aos homens. Além disso, a média de rendimento das mulheres com ensino superior foi 38% menor do que a dos homens com mesma escolaridade, no território nacional.

A pesquisa mostra ainda que as mulheres gastaram 95% mais tempo com afazeres domésticos do que os homens. Foram 541 horas a mais no ano, o que corresponde a 68 dias, com jornada de oito horas. “Ou seja, ainda fica a cargo delas a maior parte dos afazeres domésticos, inclusive os cuidados com as crianças e com os idosos, sem que haja uma justa divisão de tarefas entre os responsáveis”, ressalta a coordenadora nacional da Coordigualdade.

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