“Dessa vez é uma tragédia humana”, afirma presidente da Vale  
Natal, RN 29 de mar 2024

“Dessa vez é uma tragédia humana”, afirma presidente da Vale  

25 de janeiro de 2019
“Dessa vez é uma tragédia humana”, afirma presidente da Vale   

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O presidente da empresa Vale S/A Fábio Schvartsman admitiu que o rompimento da barragem de Feijão no município de Brumadinho (MG) nesta sexta-feira (25) é uma tragédia humana maior do que a que aconteceu em Mariana, em 2015, maior tragédia ambiental do mundo e que resultou em 19 mortes.

Até o fechamento desta matéria, o Corpo de Bombeiros já havia confirmado a morte de sete pessoas em Brumadinho.

Schvartsman afirmou em entrevista coletiva que foram atingidas pela lama e o rejeito mais de 300 pessoas, entre funcionários da Vale e de empresas terceirizadas. Desses, aproximadamente 100 trabalhadores já foram encontrados com vida, havendo ainda cerca de 200 pessoas desaparecidas, número já confirmado horas antes pelo Corpo de Bombeiros.

O refeitório da Vale, onde estavam boa parte dos funcionários, e o prédio administrativo, foram engolidos pela lama.

 - Dessa vez é uma tragédia humana. Não sabemos quantas são (as vítimas fatais), mas será um número grande. O dano ambiental será menor (do que houve em Mariana). A parte ambiental será muito menor e a tragédia humana é terrível.

 O empresário não soube responder a maioria dos perguntas. Ele disse que os técnicos da Vale ainda não sabem o que aconteceu no momento do rompimento da barragem de Feijão. Questionado sobre o motivo pelo qual a sirene de alerta não tocou, ele disse que “deve ter tocado, mas foi tudo muito rápido”, disse.

Fábio Schvartsman também se mostrou contraditório ao afirmar que um relatório recente apontou um risco baixo em relação à barragem que rompeu. Ao mesmo tempo, declarou que “qualquer barragem que rompa tem um alto potencial elevado de acidente. E quando rompe o efeito é devastador”.

A barragem de Feijão em Brumadinho, segundo o presidente da Vale, estava inativa, em descomissionamento (em processo de desligamento) e não vinha recebendo rejeitos há vários anos.

O material misturado à lama é a sílica, espécie de terra não tóxica separada do minério de ferro. A barragem tem capacidade para 12 milhões de metros cúbicos, mas o presidente da Vale não soube informar se a barragem estava no limite da capacidade. O último monitoramento atestando a barragem foi realizado em 10 de janeiro deste ano:

- Foram feitas auditorias que atestam a estabilidade dessa mina, é um estudo feito periodicamente, com informações recentes. Daí nossa surpresa e desalento. Mas nossa maior preocupação nesse instante é atender os atingidos pela tragédia.

Schvartsman assumiu a Vale em 2017 com o lema “Mariana nunca mais”, uma referência à tragédia no município de Mariana (MG), em 2015, quando a barragem de rejeitos de mineração controlada pela Samarco Mineração S.A, empreendimento conjunto entre a brasileira Vale S.A e a anglo-australiana BHP Biliton. Ele se disse “dilacerado”:

- Sinto uma enorme consternação, tristeza, estou dilacerado, me virou do avesso. Não sabemos o que foi que aconteceu. Faremos isso com energia e rapidez, tomaremos medidas necessárias para resolver o problema, se é que existe alguma coisa que aconteceu. Mas é muito cedo para qualquer pessoa ter essa informação.

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