O diretor da editora Companhia das Letras Luiz Schwarcz se envolveu numa briga com um homem pouco antes da mesa Angico, que contou com a participação das autoras Ayelet Gundar-Goshen (Israel) e Ayòbámi Adébáyò (Nigéria).
Schwarcz foi ofendido verbalmente por um homem que alegou que o editor teria se recusado a entregar em mãos ao escritor moçambicano Mia Couto um livro escrito pela esposa dele.
Luiz Schwarcz sofre de depressão e admitiu que agrediu fisicamente o homem.
Logo após o episódio, o editor deu sua versão no blog da editora Cia. das Letras. A seguir, o texto na íntegra:
Antes da abertura da mesa Angico, com as autoras Ayelet Gundar-Goshen e Ayòbámi Adébáyò e mediação de Lilia M. Schwarcz, um senhor me abordou e passou a me agredir verbalmente, pois — segundo ele —, no lançamento do livro Grande sertão: veredas em São Paulo (09/04), eu teria me recusado a entregar o livro de sua esposa ao escritor Mia Couto. Na minha lembrança este senhor desejava entregar pessoalmente e, mesmo que esta lembrança esteja errada, nunca entrego pessoalmente livros a autores estrangeiros, sempre indicando quem pode fazê-lo na editora.
Após repetir diversas vezes os xingamentos, a mesma pessoa começou a discorrer que sabia que eu sofro de depressão. Neste momento, justamente por ser portador de depressão bipolar leve, não controlei meus sentimentos perante a agressão e o assédio e disse que teríamos que resolver aquele assunto imediatamente. Foi uma atitude infeliz da minha parte, provocada pelas repetidas agressões verbais, enquanto eu apenas aguardava o início do evento.
Presto esse esclarecimento, abrindo detalhes íntimos do meu temperamento, para pedir desculpas à Flip, que faz parte dos orgulhos de minha vida, e ao público. Estou triste com a minha falta de controle e optei por expressar no blog da editora este sentimento.
Luiz Schwarcz
Paraty, 12/07/2019