Diretor de teatro critica critérios e ausência da cultura nas fases da reabertura das atividades econômicas do RN
Natal, RN 29 de mar 2024

Diretor de teatro critica critérios e ausência da cultura nas fases da reabertura das atividades econômicas do RN

3 de julho de 2020
Diretor de teatro critica critérios e ausência da cultura nas fases da reabertura das atividades econômicas do RN

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Nenhuma das quatro fases de reabertura gradual das atividades econômicas do Rio Grande do Norte contempla a cultura. No decreto que determina os protocolos para o funcionamento de comércios e empresas, não há menção a teatros ou cinema.

Embora seja um defensor do isolamento social e das medidas protetivas no combate a Covid-19, a ausência chamou a atenção do ator e diretor teatral Henrique Fontes, que também é fundador e um dos diretores da Casa da Ribeira, um dos principais espaços de cultura de Natal.

- Vendo o novo decreto e as recomendações para reabertura dos estabelecimentos não vi teatro nem cinema. Estamos fora da economia? Outra questão: é mais arriscado ficar numa academia ou restaurante fechado com ar-condicionado onde em alguma hora terei, obrigatoriamente, que tirar a máscara para comer ou beber água, do que sentado 1 hora de máscara?”, questiona.

Pouco tempo depois do início da pandemia, a Casa da Ribeira lançou uma campanha virtual para arrecadar dinheiro afim de conseguir manter o espaço aberto por três meses. Entre as opções estavam a compra de souvenires, ingressos antecipados para espetáculos a serem agendados e até doações.

O decreto só faz menção à música em estabelecimentos como lanchonetes, restaurantes e food parks. Pelo protocolo, apresentações do gênero só podem acontecer se não houver interação do público, estando vedados shows ou música ao vivo promovida por mais de uma pessoa.

Para Fontes, o problema está na falta de critérios que, invariavelmente, pune o lado mais fraco da cadeia produtiva:

- Não defendo reabertura precoce de nada, só não faz sentido esse critério. Será que é porque cede-se a pressão de quem está batendo e quem está buscando ter bom senso e cooperação fica excluído? Que lógica de política é essa?”, indaga, e completa:

- Precisamos falar do desprezo à cultura. Ainda somos só o arroz da festa. Não somos considerados cadeia produtiva e motor da economia”, conclui.

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