Documentário revela a dor e a delícia de ser mulher e jornalista em Natal
Natal, RN 19 de abr 2024

Documentário revela a dor e a delícia de ser mulher e jornalista em Natal

8 de março de 2020
Documentário revela a dor e a delícia de ser mulher e jornalista em Natal

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A história e as memórias de seis mulheres de trajetórias distintas e destacadas no jornalismo de Natal inspiraram o documentário “Mulheres jornalistas – histórias, memórias e vidas”, de Edileusa Martins de Oliveira. O filme é fruto do projeto de mestrado em jornalismo dela realizado na Universidade Federal da Paraíba e concluído em 2018.

A primeira exibição pública do documento será nesta segunda-feira (9), a partir das 19h, no Abayomi Espaços Compartilhados, no Tirol.

A diretora Edileusa Martins conta que a ideia do filme nasceu a partir da falta de informações sobre a atuação de mulheres no jornalismo do Rio Grande do Norte. Formada em 2002 pela UFRN, a cineasta potiguar queria entender o que essas profissionais pensam sobre a vida e a profissão, além dos desafios que encontram e encontraram pela frente:

- Há uma ausência de memórias de jornalistas do Rio Grande do Norte. Agora é que está começando. Encontrávamos uma coisa aqui ou ali, alguns pesquisadores abordavam esse tema, mas não havia consistência. Se estuda muito pouco as mulheres que fazem jornalismo aqui no Estado. Quem são essas mulheres ? O que elas pensam, como elas desenvolvem seu trabalho ? Então no documentário elas falam sobre a vida, contam algumas histórias, falam de preconceito, etarismo, são mulheres que começaram muito cedo, também falam de censura”, explica.

Jornalista Ana Maria Cocentino é uma das seis mulheres entrevistadas no documentário (foto: divulgação)

Para traçar esse panorama, a jornalista com especialização em cinema foi atrás de mulheres que ainda atuam na área e outras já aposentadas. Participam do filme como entrevistadas Ana Maria Cocentino, Tânia Mendes, Cledvânia Pereira, Liziane Virgílio, Anna Ruth Dantas e Ana Paula Costa.

- Também é um resgate histórico a partir da profissionalização do jornalismo, nos anos 1960, com a criação da faculdade de jornalismo Eloy de Souza. O documentário fala sobre como é ser mulher e jornalista. Optei por mulheres de veículos diferentes que tivessem destaque, algumas na ativa e outras não. É um filme em cinco atos e elas contam suas histórias, são as protagonistas”, diz.

Edileusa Martins atuou em redação como estagiária, ainda estudante do curso na UFRN. Pouco tempo depois de formada passou no concurso público da UERN e, desde então, ocupa a função de técnica em audiovisual da universidade.

Sobre a pesquisa do mestrado, focada na atuação das mulheres jornalistas em Natal, ela destaca o machismo e o etarismo como as principais dificuldades encontradas pelas mulheres, problemas que não são comuns também em outros Estados:

- Pelas minhas leituras o cenário em Natal se repete no Brasil. Não é tão fácil, as mulheres sofrem muito, principalmente no início de carreira com o machismo, o etarismo, a desconfiança é muito grande. Querem colocar mulheres para fazer produção, pauta, poucas mulheres exerceram função de chefia e direção. Aina hoje tem muita repórter, pauteira... eu destacaria o machismo e o etarismo porque elas começam muito cedo na carreira. Além de outro grande desafio, que é conciliar a carreira profissional com maternidade e família”, conclui.

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