‘É importante que Petrobras esteja aqui’, diz ministro das Minas e Energia em evento no RN
Natal, RN 24 de abr 2024

'É importante que Petrobras esteja aqui', diz ministro das Minas e Energia em evento no RN

18 de dezembro de 2019

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A presença da Petrobras em território potiguar foi garantida pelo ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque. A declaração foi uma resposta ao questionamento feito pela governadora Fátima Bezerra no seminário Motores do Desenvolvimento, realizado nesta quarta-feira (18). A chefe de Executivo estadual destacou a importância da companhia para a economia do Estado. Em resposta, o ministro disse que a Petrobras não vai atuar mais na exploração de petróleo em campos terrestres, mas que manterá investimentos em áreas como pesquisa e produção marítima, especialmente no pré-sal.

Ainda no discurso, a governadora ressaltou que a presença da Petrobras na aplicação de investimentos e participação na exploração é de extrema importância para o Rio Grande do Norte e deve ser efetivada por meio de parceria com empresas privadas mesmo após a venda dos campos maduros de petróleo em terras potiguares.

"Falar sobre petróleo é falar sobre o presente e o futuro do RN. Nosso Governo trabalha em parceria com o empresariado para fortalecer negócios, atrair novos investimentos, gerar oportunidades de trabalho, empregos e renda. Tudo isso como forma de dar mais qualidade de vida para a população e retirar o Estado da crise financeira e fiscal", destacou a governadora.

Na resposta, o ministro Bento Albuquerque garantiu que a estatal manterá presença aqui no Estado, mas indicou a relevância da nova política de relações a partir de agora da empresa com o mercado privado e a região como principal carro-chefe dos esforços da Petrobras, em consonância com o plano de desinvestimentos confirmado pela própria empresa.

O ministro indicou que a Petrobras pode não mais representar 60% do PIB do Rio Grande do Norte, como era há alguns anos, mas que "outras empresas ocuparão esse espaço". "É importante que a Petrobras esteja aqui [no Estado], na exploração em terra, no pré-sal e mantenha as atividades dentro do seu próprio negócio. Eu também concordo com isso, mas há um novo momento de mudança até para a empresa se reerguer e se fortalecer", respondeu o ministro de Minas e Energia.

A cadeia da produção de petróleo e gás gera, atualmente, 10 mil empregos formais no RN. O setor vive a expectativa de retomada na produção a partir de investimentos privados. Entre 2010 e 2018, as perdas na produção foram superiores a 30%, saindo de mais de 60 mil barris por dia para 40 mil barris/dia.

No início deste mês a Petrobras concluiu a venda, por 266 milhões de dólares, de 34 campos terrestres no Polo Riacho da Forquilha para a empresa Potiguar E&P, controlada pela Petrorecôncavo. Os campos negociados produzem, em média, 5,8 mil barris de óleo por dia. Em reunião com o Governo no mês de maio, a Petrorecôncavo garantiu investimentos de 150 milhões de dólares (aproximadamente R$ 600 milhões) nos próximos cinco anos.

A Petrobras também vendeu campos terrestres no Polo Macau, à 3R Petroleum e em Ponta do Mel/Redonda à Central Resources do Brasil, pelo valor de 200 milhões de dólares. Em setembro, a Estatal ainda realizou o leilão de 19 blocos exploratórios no RN, que foram adquiridos pelas empresas Petro-Victory, Phoenix, Geopark e Imetame.

Apesar da declaração do ministro em garantir a presença da Petrobras no Estado, as últimas negociações mostram o contrário. Com um foco de investimentos de US$ 54 bilhões nos próximos anos para os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo, de acordo com Castello Branco, a empresa estatal confirmou anteriormente a política iniciada em 2015, e acelerada com o Governo Temer, em 2017, de saída do Rio Grande do Norte, inclusive ratificada pela venda de todos esses campos, recentemente, para empresas privadas.

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