A opção pelo autoexílio anunciada por Jean Wyllys é uma lição de coragem.
É fruto do medo da morte, mas, sobretudo, do desejo de viver.
Jean é um militante social, um ativista político, um defensor dos Direitos Humanos e um bravo, aguerrido e incansável lutador pelos direitos LGBTs.
Militância, ativismo e luta são formas vida.
São formas e declarações de amor pela vida.
Jean Wyllys não está desistindo do mandato de deputado federal.
Jean Wyllys está reivindicando o Brasil.
Outro Brasil.
Um Brasil diferente daquele que mata representantes da sociedade eleitos pelo voto popular.
Um Brasil diferente daquele no qual juízes e juízas sugerem o assassinato de representantes da sociedade eleitos pelo voto popular.
Um Brasil diferente daquele que elimina o outro pela cor, pelo gênero, pela opção religiosa ou pela orientação sexual.
Talvez o Brasil que Jean reivindique com esse gesto de coragem nunca nem tenha existido e nem vá existir um dia.
E talvez seja por isso que Jean Wyllys resista e insista tanto em viver.
O Congresso Nacional perde, seguramente, seu parlamentar mais corajoso.
Um deputado que cuspiu na cara da tortura, um parlamentar que enfrentou praticamente sozinho a bancada conservadora religiosa, um político que defendeu, no plenário, o Brasil das minorias sociais, das maiorias sem direitos.
Em outra trincheira e exilado, Jean seguirá reivindicando seu país.
A nós que ficamos, é urgente interpretar e entender a lição de Jean:
É no medo onde mora nosso instinto de sobrevivência e, quem sabe, o nosso maior exemplo de coragem.