O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL) afirmou nesta quinta-feira (31), em entrevista ao programa da jornalista Leda Nagle, que caso a esquerda radicalize, a exemplo do que vem ocorrendo nas manifestações de rua do Chile, a resposta do governo pode vir na forma semelhante a um Ato Institucional nº 5, dispositivo criado na ditadura militar que fechou o Congresso, o Supremo Tribunal Federal e deu plenos poderes ao presidente da República.
"Se a esquerda radicalizar a esse ponto, a gente vai precisar ter uma resposta. E uma resposta pode ser via um novo AI-5, pode ser via uma legislação aprovada através de um plebiscito, como ocorreu na Itália. Alguma resposta vai ter que ser dada", afirmou o parlamentar
Essa é a segunda vez nesta semana que o filho do presidente fala em medidas autoritárias para conter protestos. Na terça-feira (30), Eduardo Bolsonaro disse que se o povo fosse para as ruas “ai ter que se ver com a polícia. E, se eles começarem a radicalizar do lado de lá, a gente vai ver a história se repetir”, uma ameaça em alusão à ditadura militar.
Assinado pelo então presidente Costa e Silva em 13 de dezembro de 1968, o Ato Institucional nº 5 marcou a fase considerada mais rígida da ditadura militar no Brasil (1964-1984). O decreto conferia ao ditador poderes como cassação de mandatos nas três esferas de poder, suspensão de direitos políticos dos cidadãos (demitir, aposentar funcionários públicos e remover), decretar estado de sítio sem restrições ao país, e legislar por decreto.