Eduardo Bolsonaro pede "desculpas" e diz que frase sobre AI-5 foi deturpada
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) pediu desculpas e negou que tenha feito estudos pelo retorno do Ato Institucional nº 5 (AI-5). Em entrevista ao programa Brasil Urgente, da TV Bandeirantes, no fim da tarde desta quinta-feira 31, ele disse que sua fala foi “deturpada”.
“Peço desculpas a quem, porventura, tenha entendido que eu estou estudando o retorno do AI-5 ou achando que o governo, de alguma maneira, estaria estudando alguma medida nesse sentido. Essa possibilidade não existe. Agora, muito disso é uma interpretação deturpada do que eu falei. Eu apenas citei o AI-5, eu não falei que ele estaria retornando. Mas eu fico bem confortável para deixar isso claro”, disse.
O parlamentar lembrou que “a gente vive sob a Constituição Federal de 1988” e que não é interessante, para ele, “a radicalização”. Por outro lado, acusou políticos de esquerda de se inspirarem nas recentes manifestações no Chile para incentivarem protestos violentos no Brasil.
“Eu fui democraticamente eleito. Não é interessante, para mim, a radicalização. Agora, a esquerda, Datena, vários deputados estão chamando de protestos lindos e que eles deveriam vir para o Brasil”, afirmou.
Cassação
O deputado federal Marcelo Freixo (PSOL/RJ) anunciou nesta quinta-feira (31) que a oposição ao governo Bolsonaro na Câmara vai pedir a cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro (PSL/SP) pelas ameaças e apologia ao Ato Institucional nº 05, que significou durante a ditadura militar fechamento do Congresso, do Supremo Tribunal Federal, cassação de mandatos e deu plenos poderes ao presidente da República.
Bolsonaro afirmou que o governo poderia responder com um AI-5 a uma possível radicalização da esquerda, como vem ocorrendo no Chile. Um pouco antes de Freixo anunciar o pedido de cassação do mandato de Eduardo Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM) divulgou uma nota dura criticando Bolsonaro pelas ameaças e declarações.
“O Brasil é uma democracia. Manifestações como a do senhor Eduardo Bolsonaro são repugnantes, do ponto de vista democrático, e têm de ser repelidas como toda a indignação possível pelas instituições brasileiras”, disse.