Eleitora de Bolsonaro veste filho branco de escravo para Halloween
Natal, RN 19 de abr 2024

Eleitora de Bolsonaro veste filho branco de escravo para Halloween

29 de outubro de 2018
Eleitora de Bolsonaro veste filho branco de escravo para Halloween

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A “fantasia” pode não ser típica do Halloween, mas a atitude da jornalista Sabrina Nóbrega Flor, que vestiu o filho branco de escravo para a festa escolar, é realmente digna de horror.

O fato aconteceu nesta segunda-feira (29) em Natal e ganhou rápida repercussão quando a mãe publicou fotos do garoto, que estuda no colégio CEI, em suas redes sociais. O menino branco, de classe média, teve o corpo pintado de marrom com maquiagem que simulava ferimentos de chicotadas. Vestiu ainda correntes e sandálias de couro.

A atitude racista foi fortemente associada pelos internautas ao posicionamento político de Sabrina, que é antipetista e defensora convicta do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), do tipo que se autodenomina Caixa 2 do candidato devido à fraude eleitoral que envolveu financiamento empresarial para disseminação de fale news.

“#HalloweenDoCEI Quando seu filho absorve o personagem! Vamos abrasileirar esse negócio! #Escravo”, escreveu na publicação que ganhou o apoio das amigas com elogios e emojis de palmas e risos.

Quando começou a receber críticas, Sabrina limitou os comentários do post e em seguida tornou o perfil privado. Apesar disso, foi ao Twitter reiterar seu desprezo pela história dos negros, chegando a negar a escravidão.

“Não leiam livros de História do Brasil. Eles dizem que existiu escravidão de negros no país, mas isso é mentira. Não discutam com essa afirmação, pois você estará sendo racista, a pior pessoa, um lixo. Só não entendi ainda se o problema foi a fantasia ou o 17 na foto”, escreveu na rede social.

Até mesmo famosos, como Marcelo D2 comentaram a atitude da mãe: “Quando você pensa que já viu de tudo na vida”.

Há três dias havia compartilhado a notícia de que as universidades públicas estavam sendo alvo de operações da Justiça Eleitoral com o comentário “Deleite”. Hoje mesmo voltou a fazer referência à Educação nos stories do Instagram com uma imagem que zomba de um cartaz que trata da discussão de gênero nas escolas.

A fala replica ideias disseminadas pelo político de extrema-direita, que além de negar a dívida histórica que o país tem com os negros, sendo contra cotas raciais, chegou ao ponto de dizer que os africanos se entregavam aos portugueses.

Posicionamento

O Colégio CEI publicou nota sobre o caso, afirmando que a instituição não compactua com expressões de racismo.

"Lamentavelmente, a escolha do traje para a participação do Halloween, feita pela família do aluno, tocou numa ferida histórica do nosso país. Amargamos as sequelas do trágico período da escravidão até os dias de hoje. O Colégio CEI não incentiva nem compactua com qualquer tipo de expressão de racismo ou preconceito, tendo os princípios da inclusão e convivência com a diversidade como norte da nossa prática pedagógica", diz a nota.

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