Em clima de campanha eleitoral, Bolsonaro descumpre medidas sanitárias e poderá ser processado
Proibido de fazer propaganda na mídia contra as medidas preventivas à Covid-19, o presidente Jair Bolsonaro resolveu fazer pessoalmente nas ruas. Em clima de campanha eleitoral, o mandatário percorreu neste domingo (29) as ruas de Ceilândia, Sobradinho e Taguatinga, no Distrito Federal.
Mas a atividade política, com consequências à saúde pública, poderá leva-lo a ser processado judicialmente por incentivar a população a romper o isolamento social necessário para evitar a disseminação da Covid-19. E, novamente, o comportamento de Bolsonaro conseguiu unificar os discursos de seus opositores.
Uma nota conjunta, 11 partidos políticos ( Consulta Popular, PCB, PCdoB, PDT, PRC, PSB, PSOL, PT, PV, Rede Sustentabilidade e Unidade Popular) repudiaram o descumprimento às recomendações da Organização Mundial de Saúde e do Ministério da Saúde que comanda. Sem fazer uso de máscara, Bolsonaro promoveu aglomeração de pessoas em torno dele e seu filho, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (Republicanos-SP), apertou as mãos de comerciantes e fez selfies.
Os partidos avaliam que “apologia ao descumprimento de orientações sanitárias pode fazer com que os números (de contaminação da Covi-19) cresçam em nossa cidade e que cheguemos ao completo colapso do sistema de saúde. O discurso criminoso e irresponsável do presidente custará vidas, principalmente dos mais pobres, vulneráveis e moradores das periferias”.
Leia a nota na íntegra.
Nota conjunta em repúdio ao presidente Jair Bolsonaro
Nós, partidos políticos que subscrevemos esta nota, vimos a público para repudiar a atitude do Presidente da República Jair Bolsonaro de ter feito visitas a feiras populares e comércios do Distrito Federal, incentivado a população a descumprir as medidas sanitárias decretadas localmente, orientadas pelo seu próprio Ministério da Saúde e pela Organização Mundial da Saúde (OMS).
O Presidente da República insiste em ir na contramão de todas as ações que têm sido tomadas por chefes de Estado de todo o mundo no enfrentamento à pandemia do COVID-19. O DF é, hoje, a terceira Unidade da Federação com o maior registro de casos. Assim, essa apologia ao descumprimento de orientações sanitárias pode fazer com que os números cresçam em nossa cidade e que cheguemos ao completo colapso do sistema de saúde. O discurso criminoso e irresponsável do presidente custará vidas, principalmente dos mais pobres, vulneráveis e moradores das periferias.
É preciso frisar que não há dicotomia entre saúde e economia. Os países que melhor enfrentaram até o momento a crise do COVID-19 adotaram medidas de isolamento social, aumento no número de UTIs e realização de testes massivos em sua população, e o Estado atuou de forma a garantir o emprego e a renda das pessoas.
Por isso, estamos estudando medidas judiciais cabíveis contra a atitude do Presidente da República, no intuito de salvaguardar vidas em nossa cidade, bem como mobilizando-nos em diversas ações de natureza política. Momentos como o que estamos vivendo no Brasil, e em especial no Distrito Federal, materializam e reforçam ainda mais os elos de união das forças progressistas na defesa da vida e de uma sociedade livre, justa e solidária.
Assinam a nota
Consulta Popular,
PCB
PCdoB
PDT
PRC
PSB
PSOL
PT
PV
Rede Sustentabilidade
Unidade Popular