Em dia de “aplaudaço” pelo Dia Mundial da Saúde, profissionais denunciam precariedades para lidar com pandemia
Natal, RN 20 de abr 2024

Em dia de "aplaudaço" pelo Dia Mundial da Saúde, profissionais denunciam precariedades para lidar com pandemia

7 de abril de 2020
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Nesta terça-feira (7), em que se comemora o Dia Mundial da Saúde, as Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, além do Conselho Nacional da Saúde realizarão uma ação de aplausos e “barulhaços” nas janelas de todo o país para homenagear os profissionais da saúde e exigir mais recursos para o Sistema Único de Saúde (SUS).

'Aplaudaço' é iniciativa de movimentos populares para homenagear profissionais de saúde

As manifestações do tipo ocorrem diariamente nas janelas das cidades do Brasil contra o governo de Jair Bolsonaro desde o dia 17 de março, quando foi realizada a convocatória geral para a greve dos profissionais da saúde e da educação em defesa das instituições públicas, ocorrida no dia 18 do mesmo mês.

No Rio Grande do Norte, os profissionais que atuam na linha de frente do combate ao coronavírus e atendem aos demais serviços de saúde para a população, denunciam que apesar das demonstrações populares de apoio, são inúmeros os problemas enfrentados, entre falta de recursos, pessoal e equipamentos de proteção individual para lidar com as pessoas que chegam as unidades de saúde em busca de atendimento e apresentando sintomas de infecção.

"Hoje é o dia mundial da saúde e nós estamos vivenciando uma pandemia com a falta de EPI's. Na minha unidade, nós temos 25 máscaras para passar uma semana, é inadmissível que um profissional trabalhe nessas condições, com quantitativo de proteção reduzido e fracionado. Nós não queremos ser portadores da Covid-19, nós queremos ser promotores da saúde e estamos agoniados por ter o risco de levar doença aos nossos familiares e pessoas que cuidamos", desabafa Kelly Jane, diretora do Sindicato dos Trabalhadores em Saúde do RN e técnica de enfermagem da UPA do bairro Cidade Satélite.

No estado, com a dificuldade de aquisição dos Equipamentos de Proteção Individual, oficinas de costura no interior do RN vão produzir 7 milhões de máscaras para proteção contra Covid-19, em parceria com o Governo.

A realidade apontada por Kelly, mostra um fato já publicizado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública. De acordo com o boletim epidemiológico divulgado em 1° de abril, 37% dos pacientes infectados pelo coronavírus no estado eram profissionais da saúde. Na ocasião o estado tinha 92 casos confirmados e os boletins seguintes não atualizaram a informação. Até esta terça-feira, 254 casos da doença estão confirmados.

Funcionário do Hospital Regional de Macaíba, José Antônio também alerta para o risco de contágio no exercício da profissão. "Materiais de proteção servem para fazermos o atendimento adequado neste momento de pandemia. Nós estamos expostos ao vírus e mesmo assim não nos negamos a trabalhar, mas, não podemos trabalhar desprotegidos", disse.

Coronavírus no Brasil

As secretarias estaduais de Saúde divulgaram, até as 18h40 desta terça-feira (7), 14.018 casos confirmados do novo coronavírus (Sars-Cov-2) no Brasil, com 686 mortes pela Covid-19. O último balanço do Ministério da Saúde, divulgado na tarde desta terça-feira (7), aponta 13.727 casos confirmados e 667 mortes.

Nesta segunda-feira (6), depois de um dia inteiro pendurado no cargo, Luiz Henrique Mandetta, ministro da Saúde, comunicou que continuará no comando do Ministério da Saúde, mas manteve o tom crítico ao governo de Jair Bolsonaro (sem partido).

“Gostamos da crítica construtiva, o que temos muita dificuldade, é quando em determinadas situações, a crítica não vem no sentido de construir, mas para trazer dificuldade no ambiente de trabalho. Isso, eu não preciso traduzir, vocês sabem exatamente do que estou falando. O Ministério da Saúde toma uma decisão e tem que voltar atrás”, desabafou o ministro durante coletiva de imprensa.

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