Em Natal, Arthur Lira evidencia que arquivará processos de impeachment contra Bolsonaro caso seja eleito presidente da Câmara
Natal, RN 19 de abr 2024

Em Natal, Arthur Lira evidencia que arquivará processos de impeachment contra Bolsonaro caso seja eleito presidente da Câmara

16 de janeiro de 2021
Em Natal, Arthur Lira evidencia que arquivará processos de impeachment contra Bolsonaro caso seja eleito presidente da Câmara

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Com apoio consolidado da maioria da bancada potiguar, o deputado federal Arthur Lira (Progressistas-AL) visitou Natal na sexta-feira (15), em campanha para a Presidência da Câmara dos Deputados.
Durante coletiva de imprensa, o candidato, que tem o apoio do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), fez declarações que eliminam qualquer dúvida sobre a possibilidade de abertura de um processo de impeachment em seu eventual mandato.

Lira disse que o país não pode ter um ano de 2021 com conflito entre Executivo e Legislativo. "Não dá para ter um Brasil este ano com acotovelamentos. Há uma grave distorção da atual presidência do Legislativo. A Câmara precisa ser forte, independente, mas harmônica", falou.

Acompanhado dos deputados federais Beto Rosado (PP-RN), João Maia (PL-RN), Carla Dickson (PROS-RN), General Girão (PSL-RN) e Benes Leocádio (Republicanos-RN) e do prefeito de Natal, Álvaro Dias (PSDB), o alagoano aproveitou para alfinetar o atual presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ): “Hoje o presidente diz ‘eu pauto, não pauto, eu faço, eu determino’", declarou.

Maia apoia o principal adversário de Lira, Baleia Rossi (MDB-SP), que no Rio Grande do Norte tem o voto do correligionário Walter Alves. Rafael Motta (PSB) e Natália Bonavides (PT) ainda não se posicionaram, embora seus partidos tenha declarado estar do lado de Rossi. O bloco completo é composto por PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede.

Natália criticou a decisão do PT e pode se juntar a Luiza Erundina (PSOL), que lançou candidatura na sexta-feira (15) como uma alternativa para a esquerda.

“Nossa defesa continua sendo por uma candidatura de esquerda. Essa é uma opção. Mas seguimos defendendo que o PT como um todo adote outra tática antes de decidir”, declarou Bonavides.

Os deputados federais Alexandre Frota (PSDB-SP), André Janones (Avante-MG) e Marcel Van Hattem (Novo-RS) oficializaram na quinta-feira (14) suas candidaturas à presidência da Câmara dos Deputados. A principal bandeira de Frota, que é candidato avulso, sem apoio oficial do partido, é acatar a abertura do pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro.

Somam-se também ao pleito Capitão Augusto (PL-SP), Fábio Ramalho (MDB-MG) e Marcel van Hattem (Novo-RS). A disputa deve ser realizada no dia 2 de fevereiro.

Cumprindo agenda em Natal, Arthur Lira também encontrou a governadora Fátima Bezerra (PT) e o vice-governador Antenor Roberto (PCdoB) no gabinete do Governo.

Agressão, organização criminosa e cheque sem fundo

Deputado federal desde 2011, Arthur Lira (PP-AL), foi acusado pela ex-esposa Jullyene Lins, 45, de agressão física. Em entrevista à Folha de S. Paulo, ela disse também que o parlamentar, candidato à presidência da Câmara, a ameaçou para que mudasse um depoimento sobre acusações que havia feito contra ele. Em entrevista a VEJA ela disse que ele ocultou um patrimônio de 40 milhões de reais obtido com esquemas de corrupção.

Em outubro de 2020, ela solicitou à Justiça de Alagoas medidas protetivas contra o deputado. O ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), decidiu enviar à Vara de Violência Doméstica do Distrito Federal acusações feitas por ela sobre Lira em uma ação de injúria e difamação.

Agressão não é a única acusação à qual Lira responde. Segundo apurou a Veja, na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), ele é réu em ação penal que o aponta como beneficiário de R$ 106 mil em propina de um esquema de corrupção na Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU). Segundo o Ministério Público, o valor foi entregue em espécie a um de seus assessores no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo.

Na Segunda Turma do STF, Lira responde a processo como um dos integrantes do chamado “quadrilhão do PP”, organização criminosa que teria desviado recursos da Petrobras e garantido ao parlamentar 2,6 milhões de reais em dinheiro sujo.

Nesta reta final de campanha à Presidência da Câmara até mesmo um calote de quase 30 anos atrás veio à tona. Em 1993, Lira comprou um apartamento em Maceió, avaliado em R$ 700 mil, e pagou duas parcelas (40% do valor do imóvel), com cheques que o empresário que vendeu o apartamento disse estar sem fundos.

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