Empresário preso por corrupção participa de protesto contra suspensão de réveillon em Pipa
Natal, RN 20 de abr 2024

Empresário preso por corrupção participa de protesto contra suspensão de réveillon em Pipa

18 de dezembro de 2020
Empresário preso por corrupção participa de protesto contra suspensão de réveillon em Pipa

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Com a suspensão da festa de réveillon Let’s Pipa pela Justiça do Rio Grande do Norte por causa do risco de aglomerações e a consequente disseminação da covid-19, o empresário e organizador de eventos Fred Queiroz, divulgou em suas redes sociais um protesto marcado para a manhã desta sexta (18) contra a decisão da Justiça. Ele argumenta que devolver o dinheiro dos ingressos não resolve a questão porque os empresários envolvidos na organização terão prejuízos com a contratação de pessoal e fornecedores.

Fred Queiroz é uma figura conhecida nos círculos da política do Rio Grande do Norte. Ele foi nomeado Secretário de Turismo de Natal, em 2015, durante a gestão de Carlos Eduardo Alves (PDT), através de indicação feita por Henrique Eduardo Alves, na época, Ministro do Turismo no governo de Dilma Rousseff.

Em seis de junho de 2017, Fred Queiroz foi preso durante a Operação Manus, que investigava os crimes de corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro durante a construção da Arena das Dunas, em Natal. Ele foi solto no dia 23 do mesmo mês depois de assinar acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal. O MPF denunciou tanto Henrique Alves quanto Eduardo Cunha por receberem propina disfarçada de doações eleitorais para atuarem no favorecimento da OAS e Odebrecht na construção do estádio.

Na delação, Fred Queiroz, que é um dos defensores do retorno de grandes eventos apesar da alta nos casos de covid-19, relatou ter recebido mais de nove milhões de reais via caixa dois para a campanha do então candidato ao Governo do Estado, Henrique Alves. A fraude na construção da Arena das Dunas teria chegado a um total de 77 milhões de reais.

 Justiça proíbe festa em Jucurutu

A pedido do Ministério Público do Rio Grande do Norte, a Justiça potiguar proibiu nesta sexta (18) a realização de uma festa marcada para o dia 24 de dezembro em Jucurutu. Na decisão a Justiça ressalta que:

“resta evidente que a realização de evento de massa acarretará graves e irreparáveis consequências ao quadro epidemiológico atual, com possibilidade de colaborar para um novo pico de contaminação por Covid-19 no RN, até mesmo em razão da ausência de barreiras sanitárias entre os municípios fazendo com que o deslocamento e o fluxo de pessoas de áreas de risco tolerável para áreas de risco médio e vice-versa, seja danoso para toda a população do estado, em que pese o evento ser local”.

A festa suspensa seria realizada no Clube Babilônia e em caso de descumprimento a multa a ser aplicada é de R$ 500 mil. Também foi determinado que a Prefeitura de Jucurutu cancele a autorização dada para a realização do evento e garanta a fiscalização, inclusive, com uso de força policial.

No caso de descumprimento da decisão por parte da Prefeitura, o MPRN irá apurar a suposta prática de atos de improbidade administrativa e de crime de desobediência.

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