Escola de Samba de Natal resgata ancestralidade africana no carnaval
Natal, RN 20 de abr 2024

Escola de Samba de Natal resgata ancestralidade africana no carnaval

20 de fevereiro de 2020
Escola de Samba de Natal resgata ancestralidade africana no carnaval

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Associação Recreativa e Cultural Escola de Samba Batuque Ancestral surgiu em 2018 por força do axé das rodas de samba que acontecem semanalmente no Bar de Nazaré, nas adjacências do Beco da Lama. A escola desfilou no carnaval de Natal pela primeira vez no ano passado, no grupo de acesso, e tem como principal objetivo abordar através da cultura pautas políticas, sociais e lutar contra o racismo e a criminalização dos povos de origem africana. Em 2020, o enredo do desfile é  “Um quilombo chamado Brasil! Resistir para existir”.

A Batuque Ancestral é a escola de samba mais nova fundada em Natal. Quem financia a agremiação, que em 2020 vai em busca do tão sonhado acesso ao grupo Especial, são os próprios integrantes da associação. A Prefeitura atualmente proporciona uma ajuda de custo de R$ 10 mil, porém, o valor não tem data para chegar a escola. Por isso, uma vakinha online foi aberta para custear as fantasias, instrumentos, adereços e alegorias do desfile de 2020.

A escola de samba Batuque Ancestral desfila no Sábado de carnaval na Av. Duque de Caxias, Ribeira, a partir das 23h. A vakinha para ajudar a escola em seu desfile pode ser acessada aqui.

“Nossa proposta é contar a história do nosso povo que não é contada como ela é. Falar do índio ao negro sem que o opressor seja o herói. O Carnaval é a festa da carne, um dos motivos para lembrar ao nosso povo que a carne mais sofrida é a do índio, negro, pobre e nordestino”, relata o diretor de carnaval da escola, Rafael Oliveira.

Inclusão

A Batuque Ancestral já provou que a inclusão social não é do enredo para fora. Em 2019, foi a primeira escola de samba do Brasil a desfilar com uma ala de surdos e cadeirantes. A escola também possui intérprete de libras, função a cargo da diretora de inclusão Brígida Paiva. O objetivo é não deixar pessoas com deficiência auditiva de fora da mensagem de luta transmitida nos ensaios e desfiles.

Batuque Ancestral é uma organização que através do samba, jongo, lundum e capoeira, grita e canta ao povo oprimido que eles não estão sós, festejando, comemorando e lembrando dos ancestrais do povo negro como herança histórica. O samba enredo foi composto pelo músico e diretor da escola Carlos Brito. O trecho reproduzido abaixo mostra do que é feito o samba da Batuque:

“Livres, correr e voar sem ser castigados
Ser o que quiser, de fato e direito o nosso lugar
De punhos cerrados, não vamos parar,
Seguimos firmes, fé é quem nos guia  
Quebrou a corrente dessa agonia.”        

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