Estudantes articulam paralisação de atividades acadêmicas da UFRN na sexta-feira
Natal, RN 29 de mar 2024

Estudantes articulam paralisação de atividades acadêmicas da UFRN na sexta-feira

25 de outubro de 2018
Estudantes articulam paralisação de atividades acadêmicas da UFRN na sexta-feira

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Pela democracia e em defesa da universidade pública gratuita, o DCE (Diretório Central dos Estudantes) está articulando a paralisação das atividades acadêmicas entre os diversos setores da Universidade Federal do Rio Grande do Norte na sexta-feira (26). Alguns departamentos já confirmaram adesão ao protesto.

Os cursos de Nutrição, Gestão de Políticas Públicas, Direito, licenciaturas em Artes, Serviço Social e bacharelado em Ciências Sociais já se somaram ao ato, que pretende chamar atenção para o risco que a democracia sofre diante de um eventual governo de Jair Bolsonaro, candidato à Presidência pelo PSL e líder nas pesquisas.

O representante da extrema direita já anunciou que vai cobrar mensalidade nas universidades federais. Um estudo da Andifes, publicado em 2016, feito com base em entrevistas com graduandos, mostra que 66,2% dos alunos vêm de famílias cuja renda não ultrapassa 1,5 salário mínimo. Mesmo assim, a equipe de Bolsonaro insiste que a maioria dos estudantes são de “famílias de alta renda" e dá como certa a privatização.

O protesto foi uma decisão tomada pelos discentes na Assembleia Geral realizada na terça-feira (16) e está sendo promovida junto aos Centros Acadêmicos e chefias de departamentos dos cursos.

A reitora Ângela Maria Paiva Cruz também foi contactada. Ela informou que não poderá paralisar o calendário acadêmico pois ele é definido em conselhos superiores, mas não se opôs à realização da paralisação e ao convite feito a professores e alunos.

A Universidade chegou a emitir nota, dia 11 de outubro, em defesa da democracia e contra a intolerância, após os primeiros ataques sofridos por alunos da instituição por se posicionarem politicamente nas ruas.

“Pensamos na paralisação principalmente para defender a universidade pública, porque ele quer a privatização e cobrança pelo ensino superior no Brasil, que é gratuito segundo a Constituição Federal”, explicou o coordenador geral do DCE, Paulo Jales.

Os cursos de Artes já iniciaram a mobilização. A orientação do Centro Acadêmico de Artes Visuais Newton Navarro foi de realizar aulas remotas. A ideia não é interromper as atividades, mas levar a comunidade para fora da Universidade ou combinar o adiamento das aulas para que a semana também seja usada para articulação política. Alguns docentes optaram por reunir as turmas no entorno do departamento.

“Espero que todos estejam cientes de que nós, como alunos e futuros profissionais da área das Artes, seremos os primeiros a serem prejudicados caso as coisas tomem um rumo (que a gente sabe qual é)”, disse o coordenador de assuntos acadêmicos do CA de Artes Visuais.

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