Ex-presidente Lula: “Fátima não tem culpa do atraso a que o RN foi submetido durante muito tempo”
Natal, RN 25 de abr 2024

Ex-presidente Lula: “Fátima não tem culpa do atraso a que o RN foi submetido durante muito tempo”

12 de julho de 2020
Ex-presidente Lula: “Fátima não tem culpa do atraso a que o RN foi submetido durante muito tempo”

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Aos 74 anos de idade, o ex-presidente Lula segue à risca o isolamento social por estar no grupo de risco da Covid-19. Ainda assim, tem gastado o tempo conversando com a imprensa e lideranças políticas do mundo em entrevistas e debates por videoconferência. Há duas semanas, conversou ao vivo com o presidente da Argentina Alberto Fernandez. Na sexta-feira (10), o bate-papo foi com os jornalistas da rádio difusora de Mossoró.

Na entrevista, Lula voltou a falar sobre o golpe parlamentar iniciado com o afastamento da ex-presidenta Dilma Rousseff até o cenário atual de pandemia. Ele criticou o governo Bolsonaro pela falta de comando nacional e também pelas agressões direcionadas aos governadores. No final, mandou um recado para a governadora do Rio Grande do Norte Fátima Bezerra. Ele pediu que, diante de qualquer dificuldade, Fátima fosse ouvir a população:

- Não se desespere, Fátima. Não tenha medo da dificuldade, você é uma guerreira. Você tem que enfrentar essas coisas conversando com o povo. Se pedir as coisas para o Governo Federal e não der, continue exigindo, protestando, denunciando... “, sugeriu.

Lula também lembrou o fato do Rio Grande do Norte ter sido governado durante décadas pelas oligarquias do Estado. E voltou a citar o povo como remédio para a saída da crise:

- Você (Fátima) não tem culpa do atraso a que o Rio Grande do Norte foi submetido durante muito tempo. Você não tem culpa da elite perversa que governou esse Estado durante muito tempo. Seja serena, corajosa, firme e, em qualquer dificuldade, vá conversar com o povo. Quando a gente não tem solução, quando a gente está meio desanimado, a gente conversa com o povo para recuperar oxigênio, coragem e força. Apesar de eu não sair de casa, o que puder fazer por você estou à disposição”, afirmou.

Na conversa com os jornalistas mossoroenses, o ex-presidente respondeu perguntas sobre o cenário político no país e também fez uma avaliação sobre a situação dramática do Brasil em meio à pandemia. Lula defendeu a criação de uma conselho nacional com cientistas e representantes de todos os Estados para unificar informações que embasassem tecnicamente as decisões tomadas pelo Governo Federal:

- Era para ele ter criado um conselho com os melhores cientistas do país. Um Conselho que se reuniria com o presidente com os 27 governadores dos Estados. Os governadores não são inimigos do presidente. Eles querem resolver os problemas do seu estado e um dos papeis do presidente da República é ajudar. Bolsonaro não teve essa capacidade e começou a criticar a melhor coisa que aconteceu, que foi a união dos governadores do Nordeste para decidir, fazer política e comprar os produtos mais baratos. Ele brigou com todo mundo numa incapacidade total de fazer as coisas. Eu não gostaria que tivesse assim", disse.

Sobre o auxílio-emergencial de R$ 600 pago pelo Governo Federal, Lula voltou a criticar Jair Bolsonaro por tentar diminuir o valor das parcelas – a primeira proposta do governo foi de R$ 200:

- Não tem outro discurso para pedir que as pessoas fiquem em casa se não tiverem o que comer. Nós defendemos que esse auxílio-emergencial vá até dezembro. Mas ele brinca com o sentimento do povo. Ofende negros, índios, reitor, estudante. Essa crise é grave, é da natureza, mas estamos culpando ele porque Bolsonaro não exerce o papel de alguém que deveria ter a responsabilidade de cuidar das pessoas, dos estados sem olhar para o partido do governador. Fui presidente por 8 anos e nunca quis saber qual era o partido daquele governador, queria saber o que aquele Estado precisava”, afirmou.

Lula também defendeu a candidatura da deputada Isolda Dantas à prefeitura de Mossoró nas eleições municipais de 2020 e lembrou  da primeira vez em que esteve no Rio Grande do Norte:

- Não esqueço nunca minha primeira vez na campanha de 1989 chegando no aeroporto. Aquela quantidade de gente naquela avenida no aeroporto, era tanta gente que pensei que eu já tinha ganhado as eleições”, disse.

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