Ministro potiguar Fábio Faria usa twitter para defender escolhas de Bolsonaro para instituições federais
Natal, RN 27 de abr 2024

Ministro potiguar Fábio Faria usa twitter para defender escolhas de Bolsonaro para instituições federais

12 de outubro de 2020
Ministro potiguar Fábio Faria usa twitter para defender escolhas de Bolsonaro para instituições federais

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O Ministro das Comunicações, Fábio Faria, usou sua conta no twitter, no último sábado (10), para defender as nomeações feitas pelo presidente Jair Bolsonaro aos cargos de reitoria das universidades públicas. Em sua conta, ele afirma que “O PT escolheu, durante 14 anos, o reitor que queria nas universidades. O presidente é de direita e foi eleito democraticamente com 57 milhões de votos. Já basta ter que escolher da lista que vem, geralmente, com 3 nomes da esquerda. Querem tirar até o direito dele escolher?”.

imagem: reprodução

Fábio Faria só esqueceu de mencionar que em alguns locais, como os Institutos Federais (IF's) não há lista tríplice. No Rio Grande do Norte, por exemplo, o professor José Arnóbio Filho foi o primeiro colocado com 48.25% dos votos na eleição para Reitor no pleito realizado em dezembro de 2019. No entanto, Josué Moreira foi nomeado como interventor, apesar de sequer ter participado do processo eleitoral. Josué foi indicado pelo deputado federal General Girão (PSL), apoiador de Bolsonaro.

Ufersa

Na linha de nomear para reitoria nomes que se alinhem à sua política, Bolsonaro nomeou Ludimilla Oliveira como reitora da Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA) durante uma rápida passagem por Mossoró em 21 de agosto. Ludimilla foi a terceira colocada na votação da comunidade acadêmica com 18,33% dos votos. A lista tríplice tinha Rodrigo Codes, com 37,55% dos votos e Jean Berg, com 24,84% à frente. A nomeação resultou até em processo na Justiça aberto a pedido de Ludimilla contra a estudante de Direito da instituição Ana Flávia Oliveira Barbosa Lira. O Ministério Público Federal arquivou o processo e entrou com Ação Civil Pública pedindo a anulação da nomeação de Ludimilla e expediu ofício às demais unidades do MPF nos outros estados para que sejam investigados os casos em que a situação de desvio de finalidade como o constatado na Ufersa se repita. O MPF também processou a reitora da Ufersa por denunciação caluniosa ao tentar incriminar a estudante por sua atividade de engajamento político.

Nomeações questionadas

Em nomeações realizadas por todo o país, o presidente não tem seguido a ordem da lista tríplice, tradicionalmente respeitada pelos governos anteriores. A lista é definida em votação interna pela comunidade acadêmica das instituições. A seguir, a lista de nomeações feitas por Jair Bolsonaro e contestadas país afora;

  • Apesar de professores, técnicos e estudantes da Universidade Federal Rural do Semiárido (Ufersa) terem escolhido Rodrigo Codes com 37,55% dos votos e Jean Berg com 24,84%, em uma passagem relâmpago por Mossoró no final do mês de agosto, Bolsonaro nomeou Ludimilla Carvalho Serafim de Oliveira como reitora da instituição. Ludimilla foi a terceira colocada na eleição com 18,33% dos votos;
  • Em setembro, o presidente Jair Bolsonaro nomeou o engenheiro e professor do Instituto de Pesquisas Hidráulicas, Carlos André Bulhões Mendes, como reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Carlos André foi o último colocado na lista tríplice em votação interna da comunidade acadêmica;
  • A primeira nomeação questionada aconteceu na Universidade Federal do triângulo Mineiro (UFTM), ainda em junho do ano passado, quando o presidente decidiu nomear o segundo colocado da lista tríplice, o professor Luiz Fernando Resende dos Santos;
  • Em agosto de 2019 Bolsonaro nomeia o último colocado da lista tríplice como reitor da Universidade Federal do Recôncavo Baiano, o professor Fábio Josué Souza dos Santos;
  • Também em agosto de 2019 Jair Bolsonaro nomeia o candidato menos votado à reitoria da Universidade Federal do Ceará (UFC), o professor José Cândido Lustosa Bittencourt de Albuquerque, com apenas 4,6% dos votos;
  • Na Universidade Federal do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), o nomeado ficou em 4º lugar com 5,2% dos votos;
  • O nomeado para o Cefet-RJ sequer fazia parte do quadro funcional da instituição e era assessor do Ministro da Educação;
  • Em junho de 2019 a reitora nomeada não concorreu na eleição da Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD), nem tinha o nome na lista tríplice;
  • No Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC) o interventor nomeado Lucas Dominguini se recusou a assumir o cargo que, agora, é ocupado pelo reitor eleito Maurício Gariba.

O Ministro

O Ministro das Comunicações, Fábio Faria, é do Rio Grande do Norte e filho do ex-governador Robinson Faria, que deixou as folhas integrais de dezembro e o 13º de 2018 em atraso, além de parte da folha de novembro e o 13º de 2017 em aberto. Ele perdeu a eleição de 2018 e deixou o saldo negativo como herança para a gestão seguinte, assumida pela atual Governadora Fátima Bezerra.

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