Flávio Rocha ameaça levar Guararapes para Estado governado pelo Partido Comunista
O Estado mínimo e suas contradições.
Depois de desistir da candidatura à presidência da República pelo PRB, o dono das lojas Riachuelo Flávio Rocha admitiu que pode levar a empresa Guararapes (braço têxtil do grupo) para o Maranhão.
Rocha teria recebido uma proposta para incluir a empresa na Zona de Processamento da Exportação no Maranhão.
O projeto de criação da Zema está tramitando no Senado e foi aprovado, em junho, pela Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania. Pela proposta, produtos que forem fabricados nessa área terão benefícios e incentivos fiscais durante 25 anos. O autor do PL é o senador Roberto Rocha (PSDB).
Quanto mais reclama do Estado mínimo, mais as empresas Riachuelo se beneficiam de incentivos fiscais. A agência Saiba Mais já mostrou em reportagem que nos últimos 10 anos, o grupo recebeu R$ 3 bilhões via incentivos fiscais e 23 empréstimos junto ao BNDES a juros abaixo do mercado. No Rio Grande do Norte, a Guararapes recebe incentivos fiscais desde 1959, quando se instalou no Estado.
As queixas do empresário Flávio Rocha, mais uma vez, recaem sobre a ação de R$ 39 milhões ajuizada na Justiça pelo Ministério Público contra a Guararapes em razão de descumprimento da lei trabalhista pela empresa na contratação de facções de costura no interior do Rio Grande do Norte, como parte do programa Pro-sertão.
O Maranhão, como se sabe, é governado pelo comunista Flávio Dino.
Não deixa de ser irônico assistir o empresário que mais reclama da intervenção do Estado na economia e se apresenta como um Dom Quixote capitalista lutando contra os moinhos do bolivarianismo levar as empresas para o único Estado governado pelo PCdoB no país.