Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado
Natal, RN 24 de abr 2024

Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado

11 de setembro de 2019
Funcionários dos Correios entram em greve por tempo indeterminado

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Os funcionários dos Correios entraram em greve geral por tempo indeterminado. A paralisação foi decretada em assembleias realizadas em diferentes estados do país. No Rio Grande do Norte, os funcionários também decidiram aderir à greve nacional da categoria a partir desta quarta-feira (11). De acordo com representantes dos trabalhadores, a paralisação será por tempo indeterminado e o principal protesto é contra a possível privatização do órgão, anunciada pelo governo federal.

O Sindicato dos Trabalhadores dos Correios do Rio Grande do Norte (Sintect-RN), informou que a categoria deve realizar atos de protesto já nesta quarta-feira, no Complexo dos Correios da Hermes da Fonseca, em Natal. Outras manifestações estão previstas para o restante da semana.

A categoria quer impedir a redução dos salários e de benefícios, e é contra a privatização da estatal, que foi incluída no mês passado no programa de privatizações do governo Bolsonaro.

Segundo José Edilson, presidente do Sintect-RN, a privatização acarretaria em perda de empregos e piora no atendimento à população. "A venda ainda acarretará tarifas mais altas, a precarização do serviço e o fechamento das agências no interior do estado, em cidades onde só os Correios chegam e são a única forma de aposentados e pensionistas receberem seu benefício” afirma o sindicalista em reportagem da Tribuna do Norte.

O reajuste salarial é um dos principais pontos reivindicados pela categoria. No entanto, os trabalhadores querem também a reconsideração quanto a retirada de pais e mães do plano de saúde, melhores condições de trabalho e outros benefícios.

“A decisão foi uma exigência para defender os direitos conquistados em anos de lutas, os salários, os empregos, a estatal pública e o sustento da família. A direção dos Correios, a mando do governo, se negou a negociar com os trabalhadores. O próprio TST denunciou isso. Sua vice-presidência convocou a empresa para negociar, mas ela se negou”, afirmou a Federação Interestadual dos Sindicatos dos Trabalhadores e Trabalhadoras dos Correios (Findect).

A direção da empresa estatal quer cortar 45 cláusulas do Acordo Coletivo de Trabalho, o que, segundo os trabalhadores, representa um prejuízo anual para cada trabalhador em torno de R$ 5 mil. A empresa também oferece apenas 0,8% de reajuste salarial.

Além de defender a manutenção de todas as cláusulas, os trabalhadores querem um aumento linear de R$ 300 por conta de aumento de produtividade, além da reposição da inflação pelo índice IPCA-Dieese. Os carteiros também reivindicam que os valores do acordo coletivo de trabalho sejam reajustados pelo percentual do reajuste salarial, entre outros itens da pauta da categoria.

Em nota, a direção dos Correios informou ter participado de 10 encontros com os representantes dos trabalhadores para apresentar propostas dentro das condições possíveis, "considerando o prejuízo acumulado na ordem de R$ 3 bilhões".

A estatal ainda não divulgou balanço sobre os possíveis impactos da greve, mas fala em "paralisação parcial". "O principal compromisso da direção dos Correios é conferir à sociedade uma empresa sustentável. Por isso, a estatal conta com os empregados no trabalho de recuperação financeira da empresa e no atendimento à população", informou em nota.

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