Glauber Braga: é possível defender a unidade da esquerda e ser pré-candidato a presidente do Brasil
É possível defender a unidade da esquerda contra Bolsonaro e ao mesmo tempo ser pré-candidato a presidente do Brasil pelo PSOL, apresentando um programa da esquerda radical de forma não sectária. A afirmativa foi feita pelo deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) em entrevista ao Balbúrdia nesta sexta-feira, 18.
Segundo Braga, se as instâncias do PSOL decidirem, ele será o pré-candidato à Presidência. “A decisão será tomada em suas instâncias, tem o congresso que está marcado pra setembro e uma conferência eleitoral que acontece ainda no ano que vem”, disse.
Com a certeza de que “não dá para a gente ter ilusões”, o deputado avalia que a sua pré-candidatura nasce como uma necessidade de afirmar e apresentar um programa de forma independente e com três tarefas imediatas. A primeira, pontua Braga, é demonstrar que um pré-candidato pode tensionar as outras forças de oposição para as lutas de agora. “Não podemos colocar todas as nossas energias na institucionalidade ou em 2022. Derrotar o governo Bolsonaro tem que ser pra já”.
Em segundo lugar, o deputado aponta a apresentação para a sociedade de uma plataforma construída junto com os movimentos sociais, os coletivos de esquerda, lutadores e lutadoras sociais. “Um programa não sectário, radical e popular. Um programa anticapitalista e à disposição do fortalecimento da estratégia socialista”.
A terceira, segundo Braga, é observar o apelo por unidade de quem rejeita o governo de Bolsonaro. “Não nos negamos ao diálogo pra procurar construir uma plataforma comum com outras forças. Acontece que estabelecemos limites evidentes”. Para ele, “não cabe na nossa mesa a direita liberal que se fantasia de centro e quer sempre dividir a esquerda”. Não cabe Rodrigo Maia (DEM-RJ), João Doria (PSDB), Sergio Moro e o empresário Jorge Paulo Lemann.
Ao falar das manifestações que voltaram a ocupar as ruas no último dia 29 de maio pelo Fora Bolsonaro, Glauber Braga afirmou que é possível “virar o jogo a partir da mobilização organizada das ruas”, e lembrou exemplos de luta e conquistas na América Latina, citando o Chile, a Colômbia e o Peru.
Confira entrevista na íntegra.