Grávidas e puérperas são incluídas em grupo prioritário da vacinação contra covid-19
Natal, RN 26 de abr 2024

Grávidas e puérperas são incluídas em grupo prioritário da vacinação contra covid-19

27 de abril de 2021
Grávidas e puérperas são incluídas em grupo prioritário da vacinação contra covid-19

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O Ministério da Saúde incluiu todas as grávidas e mulheres no período pós-parto (puérperas) no grupo prioritário para receber a vacina contra a covid-19. Em 15 de março, o governo já tinha incluído as gestantes com comorbidades.

A informação foi anunciada pela coordenadora do Programa Nacional de Imunização (PNI) do ministério, Franciele Francinato , em audiência na Câmara dos Deputados, nesta terça-feira (27). O MS compartilhou com os estados nota técnica, orientando sobre a vacinação do novo grupo.

Apesar da inclusão, o governo federal diz que primeiro devem ser vacinadas as as mulheres com doenças pré-existentes, sob recomendação médica. Só depois é que a outra parte do grupo deve ser contemplada. A estimativa é que haja cerca de 3 milhões de gestantes e puérperas no país.

No Rio Grande do Norte, a doença foi registrada em 583 gestantes – quatro morreram – e em 45 puérperas, das quais cinco não resistiram. A taxa de letalidade nessas mulheres é de 11,1%.

A Secretaria de Estado da Saúde Pública (Sesap) vai lançar uma nota técnica para orientar a aplicação das doses.

De acordo com as orientações federais, a vacinação poderá ocorrer independentemente da idade gestacional e o teste de gravidez não deve ser pré-requisito para a administração das vacinas. No caso da puérpera, ao ser vacinada deverá ser orientada a não interromper o aleitamento materno.

A imunização pode ser realizada com qualquer vacina de plataforma de vírus inativo.

Importância

O Brasil é o país com mais mortes de gestantes por covid-19 e essa mortalidade dobrou em 2021. De acordo com dados do sistema de Informação de Vigilância da Gripe (Sivep-Gripe), foram em média 108 mortes mensais neste ano, contra 54 em 2020.

Em todo o país, dados de 20 de abril apontavam quase 10 mil casos de covid-19 entre gestantes e puérperas, com 815 mortes. Informações do Observatório Obstétrico Brasileiro Covid-19 (OOBr Covid-19) mostram que uma em cada cinco mulheres nessas fases que precisaram ser internadas com covid não tiveram acesso a unidades de terapia intensiva (UTIs) e cerca de 34% não foram intubadas.

A nota técnica do Ministério da Saúde explica que as gestantes com comorbidades possuem risco obstétrico elevado independentemente da idade.

Além disso vacinar as mães pode imunizar os bebês. Estudos apontaram que os anticorpos da classe IgG atravessam a placenta. Anticorpos específicos contra o novo vírus foram encontrados em todos os nascidos de mulheres vacinadas. E os maiores níveis de anticorpos foram detectados nas pacientes que realizaram as duas doses, mostrando que o dose de reforço é essencial nesse contexto.

O leite também tem anticorpos. O IgA e o IgG foram identificados no leite materno produzido por mulheres que receberam a vacina, de acordo com um estudo publicado na revista científica americana "The Journal of the American Medical Association (JAMA)".

Os pesquisadores avaliam que o alimento pode ser uma fonte de anticorpos contra a covid-19 para os recém-nascidos, embora essa conclusão dependa de novos estudos específicos.

Considerando a dupla imunização, a antropóloga e doula Gabrielle Dal Molin, que integra o Movimento pela Humanização do Parto e Nascimento do RN e a Associação Potiguar de Doulas, diz que “nesse caso agiríamos não só para conter as mortes, mas também para aumentar a imunização”.

Gabrielle lembra que as doulas ainda estão impedidas de acompanhar partos nas maternidades públicas. Apenas a Promater liberou a entrada das profissionais, que tiveram autorização para serem vacinadas por apenas três dias em Natal e aguardam a segunda dose.

“Suspenderam todas as categorias de autônomos por determinação do Ministério Público, exigindo comprovação de vínculo institucional e de estarem na linha de frente. Doulas e parteiras apesar de estarem lidando com grupo de risco, que são as gestantes, não têm vínculo institucional. Então alguma que não tenha ido naqueles dias, não conseguiu depois”, contou.

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