Grito dos Excluídos volta neste 7 de setembro, pela manutenção da democracia
Natal, RN 20 de abr 2024

Grito dos Excluídos volta neste 7 de setembro, pela manutenção da democracia

6 de setembro de 2021
Grito dos Excluídos volta neste 7 de setembro, pela manutenção da democracia

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“Tomar a rua é vivenciar a democracia plena”, destaca a professora do IFRN e representante do Movimento Nacional Fé e Política, Aparecida Fernandes, ao convocar a população para o Grito dos Excluídos. A manifestação nasceu em 1995, mas em Natal foi realizada até 2014 e volta neste 7 de setembro (terça-feira) sob ameaças de golpe bolsonarista. O ato vai ser na Praça das Flores, em Petrópolis a partir das 9h e às 10h segue em direção à Praia do Meio.

“O povo tomar as ruas e apontar as suas mazelas, processos de exclusão e opressão, e dizer ‘nós não queremos esse estado de coisas, queremos um outro país que se construa com base em outros princípios, é o exercício pleno da democracia”, comenta a militante em entrevista ao Programa Balbúrdia nesta segunda-feira (6).

De acordo com Aparecida, a primeira temática que levará o povo às ruas é a indignação pelas mais de 580 mil vidas perdidas por negligência do governo Bolsonaro, que “não comprava vacina porque estava em negociata num processo de corrupção pra auferir ganhos pessoais”.

Questionada sobre quem são os excluídos, Aparecida responde que são aqueles que ficaram totalmente à margem nesse governo, os mais de 15 milhões de desempregados, os povos originários que lutam pra manter suas terras, as mulheres, a população LGBT, o povo preto pobre da periferia, aqueles que voltaram a cozinhar à lenha, os famintos, os sem-teto, sem-terra, "sem-trabalho".

Fé na luta

A professora explicou que o movimento teve origem em 1994 durante a 2ª Semana Social Brasileira, da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), inspirada na Campanha da Fraternidade de 1995, com o lema: A fraternidade e os excluídos.

A partir de 1996, as manifestações foram assumidas pela CNBB, que aprovou o Grito em sua Assembleia Geral, como parte Projeto Rumo ao Novo Milênio (PRNM). Portanto, as raízes são diretamente ligadas à Igreja Católica.

Com a escalada da extrema-direita, a entrevistada chama atenção para o uso indevido de questões religiosas por políticos mal intencionados. “Nem a igreja católica é homogênea, nem muito menos as evangélicas. Os evangélicos não são bolsonaristas. Já vi pesquisas que ele perde inclusive no campo evangélico”, conta.

Ela explica também não é novidade “governos autoritários descomprometidos com o povo por natureza” se agarrarem ao discurso moralista para tentar “ganhar corações e mentes”. Segundo Aparecida, eles tentam explorar o lado da fé alienada, por meio de temáticas sensíveis de forma descontextualizada, que sustenta o processo de dominação patriarcal, como a questão do aborto, a orientação sexual das pessoas e até o estado civil.

“Essas pautas voltam com muita frequência em governos autoritários. Isso aconteceu em 64 como acontece agora”, alerta, completando que se o Brasil tivesse democracia consolidada, a chapa Bolsonaro-Mourão teria sido cassada, porque “foi uma eleição ilegal”.

Violência

A organização do Grito dos Excluídos lembra que o ato é pacífico. “Não caiam em provocações se por acaso isso ocorrer”, avisa Aparecida Fernandes, ao destacar que os policias antifascistas e a Associação de Advogados e Advogadas Pela Democracia marcarão presença e podem ser acionados se necessário.

“A gente espera que não aconteça. Não é pra isso que vai ter essa manifestação, que já é a 27ª. As pessoas não querem entrar em confronto; querem fazer a disputa de ideias, a disputa ideológica, que é frontalmente contrário a esse governo e a sua política de morte, mas não é intenção nenhuma entrar em confronto com ninguém”, comenta.

Veja a entrevista completa:

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