Intervenção no IFRN: “A gente acredita na Justiça”, diz reitor eleito após decisão favorável à posse
O professor José Arnóbio de Araújo Filho, reitor eleito para o Quadriênio 2020-2024, aguarda nomeação após decisão emitida nesta sexta-feira (11) pela juíza federal Gisele Maria da Silva Araújo Leite, da 4ª Vara Federal da Seção Judiciária do Estado do Rio Grande do Norte.
José Arnóbio conta que a comunidade acadêmica esperava que essa decisão tivesse sido tomada há mais tempo, já que o Ministério Público Federal emitiu nota no início de setembro confirmando não haver impedimento para a nomeação. “Estávamos esperando o despacho”, explicou. “Esperamos que não seja como em maio que tomei posse às 16h e às 18h30 fui exonerado”.
Na época, a nomeação ocorreu para cumprir uma liminar emitida também pela juíza Gisele Maria, mas foi derrubada horas depois pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5).
Arnóbio é servidor da instituição há 26 anos e foi diretor do Campus Central por oito. Em dezembro de 2019, com 48,25% dos votos válidos, foi eleito reitor. O segundo colocado, o professor Wyllys Abel Farkatt Tabosa, ex-reitor, teve 42,26%.
No entanto, em 20 de abril, o Diário Oficial da União publicou uma portaria assinada pelo então ministro da Educação Abraham Weintraub nomeando o professor José de Oliveira Moreira, que não havia participado da eleição.
“A gente acredita na Justiça e espera que ela consolide essa nossa nomeação para colocar o IFRN no lugar que ele sempre esteve, entre as melhores instituições de ensino desse país. Já são oito meses de uma gestão desastrosa e teremos muito trabalho pela frente”, diz Arnóbio, ao lembrar que conseguiu agregar até mesmo pessoas da gestão passada. “As pessoas se propuseram, fizemos todo o trabalho de transição, com todo o roteiro traçado”.
José Arnóbio agradece a todos os professores, técnicos administrativos e estudantes que reivindicam sua posse e avisa que continuará na luta para se reestabeleça a democracia nos Institutos Federais: “Mesmo que a gente tome posse, precisa lutar pra que as outras instituições retomem os princípios de autonomia e da democracia”.
Nesta semana, o professor participou, em Brasília, da criação de uma frente ampla de reitores eleitos. A agenda durou três dias e incluiu reuniões no Ministério da Educação e na Câmara dos Deputados, além de manifestação.